Nas ações e nos conceitos de qualquer gestão pública, a saúde, a educação, o bem-estar e a segurança das pessoas devem estar acima das demais preocupações. Como se diz na linguagem técnica dos gestores: prioridade zero, a que se sobrepõe à prioridade um. E esta é, felizmente, para os sul-mato-grossenses, a realidade que se manifesta, visível e palpável, numa conjuntura desfavorável e agravada pelas surpresas desagradáveis, como a pandemia.
Numa comparação geral entre todos os estados da Federação, Mato Grosso do Sul é o que apresenta a melhor e mais estável sequência de desempenhos positivos de gestão pública nos últimos cinco anos. A crise que vinha vindo desde o início deste século e se acumula a cada exercício não impediu o Estado de crescer. E isso não é acaso, não é milagre, não é um favor da sorte ou de privilégios quaisquer. É consequência.
Antes de abordar o que significa esta consequência no plano das considerações sobre a retomada do desenvolvimento econômico, é necessário analisar ao menos um daqueles itens elencados como prioridade zero. Que seja a saúde, nesses tempos hostis de pandemia, colapso hospitalar e a dramática falta de vacinas. Enquanto quase todos os estados patinam com o fim da oferta de leitos, a exaustão dos profissionais de saúde e gargalos inadmissíveis na campanha de imunização, Mato Grosso do Sul é um dos mais organizados na logística de aplicação das vacinas contra a Covid-19.
Segundo o Ministério da Saúde, até o dia 15 deste mês o poder público local já tinha aplicado 81,85% das 317.060 doses fornecidas pelo governo federal a partir de 18 de janeiro. O desempenho do Estado tem sido melhor ou mais eficiente que os de São Paulo e o Distrito Federal.
Se este é um reflexo ou um retrato da política pública de saúde, não há como ignorar o direcionamento conceitual da gestão em favor do bem-estar. E assim, da saúde à economia é possível fazer semelhante avaliação, com base na verdade dos dados oficiais que estão sob o rígido controle institucional e social.
Os jornais ‘O Globo’ e ‘Folha de São Paulo’, dois dos maiores e mais lidos veículos da imprensa nacional, basearam-se em diversas e insuspeitas fontes – relatórios de execução orçamentária e gestão fiscal, informações do Tesouro Nacional, dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), entre outros – para constatar que Mato Grosso do Sul é o terceiro melhor dos 27 estados brasileiros no ranking de investimentos. Este é um resultado que, com uma e outra diferença, se repete ano a ano.
Se na aplicação de vacinas anti-Covid o desempenho é campeão, igualmente o Estado se destaca em outras áreas – é, por exemplo, uma das 10 unidades federativas que mais avançaram na qualidade da educação medida pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Em infraestrutura a performance chega a ser assustadora, tamanho o volume de investimentos – para os dois últimos exercícios deste mandato, a previsão é de um desembolso geral em torno dos R$ 6 bilhões com obras de infraestrutura na Capital e nos 78 municípios do interior.
Se a mágica existe, passou longe daqui. Levou junto a sorte e o acaso. Porque não cabem num espaço que só tem lugar para a competência, a responsabilidade e o compromisso com o bem-estar coletivo. Só isso.