No último domingo (14) fez um ano que morria a primeira pessoa infectada pelo coronavírus em Mato Grosso do Sul. No dia desse triste aniversário o Estado somava 193,6 mil casos confirmados e 3.584 óbitos, números que mantinham a situação local dentro da chamada linha vermelha. Em janeiro, quando teve início a campanha de imunização para grupos prioritários, muita gente não conseguiu ter a sua vez de entrar nessa fila, a exemplo dos profissionais de imprensa que vão aos diversos lugares e se expõem para fazer a cobertura na chamada linha de frente das informações.
Ainda não se tem o número oficial de quantos jornalistas já morreram em consequência da Covid, mas já entrou na casa dos dois dígitos. Um dos casos que mais abalaram a sociedade foi o do experiente Guilherme Filho. Ele era um dos mais respeitados profissionais das comunicações e lutou bravamente durante 22 dias no Hospital El Kadri, aonde havia sido internado no dia 8 de dezembro. Fez 64 anos no dia 23, ouvindo o “parabéns” cantado pela equipe do CTI. Uma semana depois, no dia 30, seu coração parou de bater.
FOTOGRAFIA
No último dia de fevereiro (28), um domingo, o disparador das máquinas do repórter fotográfico Valdenir Rezende perdeu o toque das mãos mágicas que por quase 40 anos o faziam captar imagens únicas para as matérias jornalísticas, em especial do Correio do Estado. Foi nesse diário que ele passou a maior parte de sua carreira. A Covid-19 a interrompeu, após uma batalha de 35 dias de internação no Hospital da Unimed.
Em 29 de agosto do ano passado, um sábado, Campo Grande ficava sem uma das suas presenças mais destacadas dos movimentos sociais, sobretudo as lutas pelos direitos humanos, liberdades democráticas, na prevenção e combate à violência contra as mulheres e na causa da negritude: Leyde Alves Pedrosa, de 52 anos. Era jornalista, artesã, empreendedora. Estava internada havia duas semanas na UTI da Santa Casa, após testar positivo para a Covid-19.