Conhecido como o mais influente secretário do governo do Estado e responsável pelas reformas e inovações na administração que levaram Mato Grosso do Sul a acumular resultados superiores aos demais estados do País, Eduardo Riedel é a grande novidade na política e no tabuleiro eleitoral que vai definir o sucessor de Reinaldo Azambuja em 2022. Empresário experiente e especialista em gestão, ele conversou com a Folha de Campo Grande e falou sobre modernização do Estado, pandemia e sucessão estadual.
FOLHA DE CAMPO GRANDE – Qual a fórmula que garante ao Estado, na crise, pagar em dia a folha, retomar o crescimento e ainda ter reserva financeira para investir nos 79 municípios?
EDUARDO RIEDEL – A fórmula é trabalhar, porque não existe receita mágica para administrar um estado. Fizemos reformas que ninguém fez no meio de duas crises graves (econômica, em 2015, e pandemia, em 2020). Adotamos medidas duras, austeras, mas necessárias para equilibrar receita e despesa. Por isso, somos um dos estados mais enxutos da Federação, com foco na responsabilidade fiscal e nos serviços que precisam ser entregues à população.
FCG – O sucesso de reformas, como a da previdência, e das PPPs, como a rodovia estadual, incentiva o Estado a abrir-se ainda
ER – Nosso programa de concessões prevê mais parcerias em regiões estratégicas do Estado. Aquilo que é vocação da iniciativa privada ela deve participar, ocupando espaços que não cabem ao investimento público. Até porque, a parceria com o setor privado vai muito além da “receita” gerada pela participação das empresas: é o efeito confiança do mercado reverberando que MS é um bom lugar para se viver e investir.
FCG – Embora o senhor não aceite conversar sobre isto agora, seu nome é citado cada vez com maior frequência como a grande opção do PSDB e do governador para a sucessão estadual. Como o senhor vem administrando esse assunto?
ER – Com muita naturalidade. O movimento espontâneo da sociedade será imperativo nas minhas decisões. Qualquer projeto futuro passa primeiro por entregar um estado mais ágil, eficiente e efetivo. Política é consequência de trabalho e resultados que fazem a diferença na vida das pessoas.
FCG – No fechamento do exercício, sexto ano consecutivo de governo, qual o saldo positivo e o negativo e o que ainda falta para ajustar para entrar em 2021?
ER – Não há como refletir sobre o futuro sem considerar o marco de 2020, o ano em que o mundo mudou em face do novo coronavírus. Uma nova lógica se estabeleceu e neste limiar de ano novo ainda não sabemos o que vai acontecer. Mesmo que a vacina contra a doença traga boas perspectivas econômicas, não vai resolver os problemas estruturais do Brasil. A recuperação mais vigorosa dos estados passa não só pelo processo de imunização, mas também pela retomada da agenda de reformas e o equilíbrio das contas públicas.
ER – Em todas as regiões de Mato Grosso do Sul é possível ver serviços importantes em infraestrutura. E quando falamos em obras, estamos falando em qualidade de vida e dignidade para nossa gente. Todo esse desenvolvimento é resultado da parceria que temos com os prefeitos, independente de partido. Sobre Campo Grande, tanto o recapeamento da Avenida Mato Grosso, o corredor das Moreninhas, reforma do Guanandizão e agora a revitalização do Parque dos Poderes fazem parte de um amplo programa para modernizar nossa Capital.
FCG – Como o Governo de MS está trabalhando para vacinar a população?
ER – Nosso principal objetivo é salvar vidas. A vacina é prioridade e já temos recurso para isso. Vivenciamos um momento muito delicado da nossa história. Insuficiência de todas as ordens, pandemia… Mas não estamos preocupados com quem está certo ou errado nesta história. Esse jogo só interessa a radicais. A imunização é o instrumento para o retorno das nossas atividades e não vamos medir esforços. A pandemia trouxe além das incertezas, empresas endividadas e o desafio da retomada do emprego. Precisamos que o Governo Federal nos ajude a reverter esse quadro negativo, apontando prioridades e reformas para a economia se mover rapidamente.