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Uma aventura no meio da floresta com Taylor Swift, em uma cabana rústica isolada no interior do estado de Nova York, apresentando seu novo álbum, de uma forma mais pessoal, sincera e simplesmente notável, Folklore. Foi o primeiro encontro cara a cara da estrela pop com seus colaboradores, Aaron Dessner do The National e Jack Antonoff. Eles trabalharam juntos à distância para gravar este álbum logo nos primeiros dias da pandemia.
Taylor percebe muito bem o momento certo de surpreender e cronometrou esse movimento perfeitamente. Nos podemos vê-la nesse projeto da forma mais inesperada possível; perdida no interior de NY, vestindo xadrez e quase sem maquiagem nenhuma, ao natural. Como ela mesmo diz no começo da produção,
The Long Pond Studio Sessions é a transformação de uma pequena miragem da pandemia em um espetáculo verdadeiro.
“Precisava disso para perceber que Folklore é mesmo um álbum de verdade”.
Não poderíamos considerar esse show apenas uma nota de rodapé do álbum original – a apresentação é uma declaração musical profunda por si só, cheia de sonoridade acústica despojada e simplória. Não importa quanto o público já tenha absorvido Folklore em sua essência desde o dia em que ela o lançou em julho, aqui todas as músicas parecem novas. E é bem mais que uma performance: ela divide conosca o teor das canções, falando sobre elas na varanda ou no quintal, ao lado do celeiro. Esse compartilhamento aberto é revelador e nos mostra, neste cenário livre, o nível do gênio de Swift.
A revelação do significado das letras vai muito mais além do que “a música quer dizer isso e ponto”. Ela basicamente pensa em voz alta e não apenas diz “como” escreveu, mas o “por que” ela precisou escrever canções tão tristes assim. Quando o isolamente começou TODOS, inclusive os artistas se viram no mesmo barco da apatia e falta de propósito então sentar e trabalhar fez ela transbordar no que ela mais ama, a criação de boa música.
DESTRINCHANDO ALGUMAS FAIXAS
“Illicit Affairs” vai muito além do original e vira praticamente uma música nova. Ela se aprofunda na raiva feminista em “Mad Woman” e fala sobre a luta pós-vício de alguém em “This Is Me Trying”. Ela conta porque “My Tears Ricochet” virou a faixa 5. Em “Seven”, ela realmente amplia a imagem de si mesma como uma criança tendo acessos de raiva.
Já “August” é um momento icônico que fala sobre um suposto triângulo amoroso – Taylor deixa no ar a ideia de que a Augusta da canção pode ser a poetisa romântica Augusta Leigh, irmã de Lord Byron.
Já “Mirrorball” é uma balada pouco notada que engloba o pico emocional do Folklore e mostra que há muitas músicasno álbum que fazem referência umas às outras, ou possuem paralelos líricos. “Mirrorball” resume que a pessoa interior de Taylor nunca se sentiu um talento mas ela tenta, ou seja, é um paralelo direto com “This Is Me Trying”.
Todos os personagens e cenários de Folklore soam como canções introspectivas porque todos estamos presos a nós mesmos nessa pandemia e nos vemos diariamente num mesmo espelho emocional que pode refletir diferentes emoções em um curto período de tempo.
Folklore – The Long Pond Studio Sessions nos leva a lugares, musicalmente, nunca explorados por Taylor Swift antes.
5 pipocas!
Disponível no Disney Plus.