O termo “novo normal” tem sido muito utilizado por toda a sociedade neste período de pandemia. No entanto, ele não existe de agora: foi criado pelo americano Mohamed El-Erian, em 2009, ao tratar das consequências da crise econômica mundial daquele tempo. Hoje, a expressão se encaixa perfeitamente a este momento pelo qual o mundo passa, de recuperação após uma ruptura.
No Brasil, desde março, quando a Organização Mundial da Saúde decretou pandemia, a rotina de milhares de pessoas teve mudanças drásticas. Atualmente as pessoas buscam alternativas para realizar as suas atividades tradicionais, respeitando as medidas de biossegurança. Para pautar esse assunto, o psicólogo que atua na Cassems, Admilson de Oliveira, traz as suas contribuições.
De acordo com Admilson, esse padrão de “normalidade” tem como referência a vida em sociedade no passado. “Antes de iniciarmos o enfrentamento à Covid-19 vivíamos em um padrão de normalidade. Ao entrarmos na pandemia, foi necessário mudar a nossa maneira de se comportar”.
O psicólogo explica que as maneiras de mudar o comportamento foram abrangentes e provocaram impacto nas atividades das pessoas. “Por exemplo, passamos a agir com mais rigidez em relação à higiene”.
O advento da tecnologia proporcionou mais oportunidades para que as pessoas conseguissem desenvolver as suas atividades de maneiras adaptadas. “Com os contatos via tela, foi possível reproduzir alguns afazeres cotidianos. Se adaptar a uma novidade, para os indivíduos, pode ser desconfortável e incômodo, principalmente quando não foi uma escolha própria”.
Para Admilson, a redução de infecções e mortes e a retomada de algumas atividades podem gerar a sensação de que a pandemia já acabou. “O coronavírus ainda é algo novo e estamos aprendendo a conviver com ele, até que a doença seja erradicada. Mas até lá, precisamos ter uma postura consciente”.
O psicólogo salienta que o desafio para a pós-pandemia será a reformulação das relações humanas. “Neste momento, as pessoas precisaram se afastar por motivos de segurança. No futuro, o contato presencial será retomado e isso é muito necessário, pois o ser humano é social e não foi culturalmente criado para viver só ou isolado. Então, precisamos viver esse momento de queda dos casos da Covid-19 com boas expectativas e planejamento para, quando não houver mais pandemia, não esquecermos das nossas necessidades afetivas, mantendo o equilíbrio para uma boa qualidade de vida”.