As políticas públicas de emergência contra a Covid-19 e a dengue são reforçadas pela Secretaria Municipal de Saúde em Campo Grande. No caso do coronavírus, a campanha de conscientização iniciada em abril, logo que foi decretada a calamidade, ganha intensidade diante de números apontando pequena elevação nas curvas de contaminação após vários dias de baixa.
Se a população afrouxou a vigilância e vem desdenhando os cuidados que deveria tomar com a pandemia, o mesmo se aplica em relação à dengue. É possível constatar que mesmo com os alertas das autoridades sanitárias há muita gente que continua sem cumprir sua parte na prevenção e no combate ao mosquito.
Diante disso, a prefeitura decidiu utilizar uma alternativa inédita em Campo Grande: soltar mosquitos aedes aegypti com a bactéria Wolbachia. Ela impede que as doenças transmitidas pelo inseto se desenvolvam. Ao todo, oito mil frascos com mosquitos serão liberados por semana durante quatro meses em sete bairros da primeira etapa do programa: Guanandi, Aero Rancho, Batistão, Centenário, Coophavila II, Tijuca e Lageado.
Em seguida, as localidades contempladas serão Centro Oeste, Vila Jacy, Jockey Clube, Moreninhas, Pioneiros, Parati, Alves Pereira, Piratininga, Taquarussu, Jardim América e Los Angeles. Os mosquitos com a Wolbachia são produzidos em Campo Grande, na biofábrica que está em fase final de instalação na cidade.
A wolbachia é uma bactéria intracelular presente em 60% dos insetos da natureza. Quando presente no aedes aegypti ela impede que os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam. Não há registro de modificação genética nem no mosquito, nem na bactéria. O Método Wolbachia foi desenvolvido na Austrália pelo World Mosquito Program e no Brasil quem assina sua execução é a Fundação Oswaldo Cruz.