Em todo o Brasil as eleições municipais constituem oportuno desafio para que as mulheres conquistem novos espaços na política e avancem no seu empoderamento. Há ainda uma diferença brutal na relação de forças entre os gêneros, com amplo domínio dos homens nos cargos eletivos. No entanto, elas estão na pista, determinadas a avançar.
Das 79 prefeituras de Mato Grosso do Sul, 31 têm no seu círculo de pretendentes 36 candidatas. Elas querem melhorar a acanhadíssima marca das últimas eleições, quando as urnas geraram somente sete prefeitas: Délia Razuk (Dourados), Ilda Machado (Fátima do Sul), Márcia Marques (Antônio João), Marcela Lopes (Corguinho), Marlene Bossay (Miranda), Laka Biazotti (Juti) e Patrícia Margatto (Iguatemi).
A cidade com maior número de candidatas (três) é Ladário, que tem um dos menores colégios eleitorais (cerca de 14 mil votantes) e faz o contraponto a Campo Grande, que tem mais de 600 mil eleitores e só lançou duas candidatas. Estas são as cidades e as respectivas candidatas a prefeita:
Água Clara (Gerolina da Silva, do PP); Anastácio (Adriana Elias, do PSL); Anaurilândia (Luci Palmeira, do MDB); Aparecida do Taboado (Sirlei Melo, do MDB); Aquidauana (Viviane Orro, do PSD); Aral Moreira (Angélica Marques, do PSD, e Silvana Cordeiro, do Patriota); Bandeirantes (Milane de Lana Paiva, do PSC); Bodoquena (Girleide Rovari, do MDB); Bonito (Rosi Teixeira, do Avante); Camapuã (Márcia Pereira, do PSD); Campo Grande (Cris Duarte, do Psol, e Sidnéia Tobias, do Podemos); Caracol (Valéria Lopes Neto, do DEM); Cassilândia (Ivete Galacini, do MDB).
A lista continua com as cidades de Corguinho (Marcela Ribeiro, do PSD); Coronel Sapucaia (Claudinha Maciel, do PSD); Corumbá (Joseane Garcia, do PRTB); Fátima do Sul (Ilda Machado, do PSD); Figueirão (Marianna Barbosa, do MDB); Iguatemi (Patricia Margatto, do PSDB); Jardim (Clediane Matzenbacher, do DEM); Ladário (Andréa Sampaio, do Cidadania; Cristiane Verlaine, do PSL; e Raquel do Prado, do PT); Miranda (Bel do Salão, do Podemos); Naviraí (Telma Minari, do Podemos); Nioaque (Dominique Rodrigues, do Cidadania, e Ilca Domingos, do MDB); Nova Alvorada do Sul (Patrícia Cezar, do PP); Ponta Porã (Vitória Antunes, do PT); Ribas do Rio Pardo (Fabiana Galvão, do MDB); Rio Brilhante (Carol Fracasso, do PRTB); Rio Verde (Dinalvinha Viana, do PSDB); Três Lagoas (Kaelly Saraiva, do Psol).
BRASIL
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, 33,1% dos pedidos para candidaturas em 2020 foram feitos por mulheres (179.608 inscrições). Os homens correspondem a 66,9% dos cadastros. A Lei 9.504 de 1997, alterada em 2009, determina que cada partido ou coligação preencha o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo. Assim, o percentual mínimo de candidaturas femininas por partido é de 30%.
As eleições de 2016 apresentaram uma redução no número de prefeitas eleitas em comparação com 2012, perfazendo uma queda de quase 3%. Foram 640 eleitas em primeiro e segundo turnos. Do total de 5.568 municípios brasileiros, 68% não tiveram candidaturas de mulheres ao cargo. Com 11,7% de mulheres à frente das prefeituras, o Brasil segue abaixo da média de 14,6% de prefeitas nos países da América Latina, Caribe e Península Ibérica.
Em 2016 saíram das urnas 4.919 prefeitos e 649 prefeitas. O Centro-Oeste é a região de maior proporção contra as mulheres: só 60 eleitas, contra 406 eleitos. Naquelas eleições só uma mulher triunfou entre as 27 capitais brasileiras: Teresa Surita (MDB), de Boa Vista, Roraima. Ela é uma recordista, com cinco mandatos de prefeita em seu currículo. Durante o período de desincompatibilização de Prefeitos para as eleições de 2018, Palmas (TO) e Rio Branco (AC) também passaram a contar com prefeitas mulheres que eram as vices.