O diretor belga Fabrice Du Welz faz sua estreia na língua inglesa com um cenário novo noir de Los Angeles em King – Uma História de Vingança (Message from the King), um filme de vingança taciturno e corajoso voltado para uma ação clássica do cinema americano de outrora, quando a desprezível metrópole era a favorita para párias da sociedade.
A obra é um pequeno exemplo desagradável das várias camadas de decadência da cidade através das lentes de um estranho em uma terra estranha. Ao receber uma mensagem de voz desesperada de Bianca, sua irmã distante, um homem sul-africano, Jacob (Chadwick Boseman), da classe trabalhadora, chega à Cidade dos Anjos para descobrir que ela desapareceu, e seu marido e seu enteado também não foram encontrados em lugar nenhum.
Vasculhando seus escassos pertences, ele encontra mais pistas que o levam a indagar um proeminente dentista da cidade porém os questionamentos logo passam a irritar algumas outras pessoas importantes. Os verdadeiros estereótipos da bandidagem nos mostra aqui que toda essa gentalha é exploradora: nada muito chocante, é claro.
Em King – Uma História de Vingança, nosso saudoso Pantera Negra, nos entrega uma de suas performances mais convincentes. Seus atos ficam cada vez mais agressivos conforme aumenta suas raiva ao descobrir mais – incluindo o uso de uma série de objetos inusitados como arma. Nesse pedaço da aventura, Jacob se torna o novo Charles Bronson. Tudo ficará assustador e poético enquanto nos são mostradas as realidades melancólicas de Los Angeles e uma população abundante de residentes transitórios.
Há uma energia misteriosa e perturbadora em Uma História de Vingança, lembrando algo um pouco mais vintage e mas também um pouco mais formidável.
Du Welz não acaba caminhando para o comum, ele inova e detalha as profundas camadas de degradação que levaram uma irmã desaparecida a um ponto sem volta, e trás coração de escuridão vivo raivoso aos céus salpicados de sol de Los Angeles.
5 pipocas!
Em cartaz na Netflix.