O romance clássico de Frances Hodgson Burnett, O Jardim Secreto, tem sido uma das histórias favoritas da indústria do cinema e da TV. Dar vida a ela em tela vem sendo comum por várias gerações desde sua publicação em 1911 e, embora a maioria tenha tido uma recepção super positiva, nenhum delas realmente procurou se separar do material de origem ou oferecer variantes exclusivas ou diferentes das adaptações anteriores. Marc Munden foi inovador e suas mudanças provam ser uma boa reviravolta na história.
A história deste remake se passa na Inglaterra durante um novo período, agora em 1947 e segue Mary Lennox (Dixie Egerickx), uma menina inglesa criada na Índia que, após a morte de seus pais devido a uma doença, vai viver com seu tio em uma mansão isolada. Inicialmente, parece perturbada com a perda de seus pais, a mudança no estilo de vida e os cuidadores desatentos porém, Mary descobre um jardim mágico na propriedade de seu tio que traz uma luz brilhante para a casa escura.
Uma das coisas mais legais sobre essa última adaptação do romance de Burnett é que, embora mude uma série de pontos da trama da história, todos eles não apenas permanecem no espírito do trabalho original, como também ajudam a elevar alguns de seus temas como a perda, o crescimento e a empatia. A evolução de Mary e sua conexão com o jardim é contada de uma forma convincente, graças a uma mistura de flashbacks e diálogos importantes. Embora possa ser um pouco parado para alguns espectadores mais jovens, a estrutura dessa história realmente parece uma maneira muito mais criativa de contar a história do que uma adaptação direta e é ainda mais reforçada pela bela direção de Munden. Com uma combinação de edição artística, paletas de cores requintadas e CGI incrível, cada tomada deste filme é certamente uma obra de arte para ser vista.
Enquanto Mary corre pelos corredores deprimentes da mansão sombria e pelas terras expansivas que a cercam, o script de Thorne encontra uma maneira de permanecer fiel ao material de origem ao mostrar Mary como um terror mimado e obstinado na mansão.
Um dos aspectos mais importantes do romance é a amizade de Mary com seu primo doente Colin (Edan Hayhurst) e o menino da aldeia Dickon (Amir Wilson) e como eles se ajudam a evoluir ao longo da história. O filme nos entrega doces momentos para provar que Mary sente que esses dois existem no mundo para ajudá-la a superar seus traumas e defeitos caprichosos.
Muito do desenvolvimento de Colin parece em linha com o de Mary na tela. Ambos são retratados como crianças bem-humoradas que só precisam de um ponto brilhante em suas vidas para superar sua solidão e tristeza, e que aprendem a mudar passando tempo uns com os outros no jardim. O desenvolvimento emocional visto na tela é notavelmente eficaz, principalmente graças à incrível atuação da jovem Dixie Egerickx no papel principal, bem como as fortes atuações de Amir Wilson e Edan Hayhurst. Egerickx dá vida a essa visão diferente de Mary de maneira maravilhosa, encontrando uma maneira de fazer uma transição brilhante entre a natureza emocionalmente endurecida e amarga de seu personagem para o lado imaginativo e esperançoso dela.
O Jardim Secreto ainda resume muito bem o espírito do romance icônico de Burnett e prova ser uma adaptação comovente e charmosa, com algumas boas torções nas mangas. Ele nos guia através da tragédia e da dor com um nível de maturidade que nos mostra esperança, magia e capacidade de encontrar o nosso caminho novamente.
5 pipocas!
Disponível no iTunes.