Aquele primeiro momento, lá no início da quarentena, quando tudo era muito incerto e imprevisível trouxe consequências negativas para praticamente todos os setores da economia e com o mercado imobiliário não foi diferente.
A população precisou se isolar repentinamente e a própria instabilidade econômica fez cair a procura assim como as negociações de imóveis. Mas isso foi só no começo. Logo que se estabilizou e se entendeu um pouco mais sobre o processo que iríamos passar, assim como a migração de hábitos para o meio digital fizeram logo a busca por imóveis crescer, principalmente em sites especializados.
O mercado se adaptou e usou a internet para se sobressair. Atualmente, grande parte das transações imobiliárias não é presencial e nem precisa ser. O cliente pode acessar fotos e vídeos de alta qualidade para ver o imóvel, assim como pode falar com o corretor e realizar transações burocráticas tudo pela internet, sem precisar sair de casa.
Juntando isso com a queda de juros, o déficit imobiliário brasileiro, que chega a 7,8 milhões de unidades (dados de 2017), e a própria mudança comportamental da população, que deseja ter uma casa ou apartamento ainda mais funcional, já que uma grande parte vai passar a trabalhar em casa em sistema de home office, elevou as buscas e aqueceu o mercado imobiliário mesmo em meio à crise.
Entretanto, é preciso entender que, nesse primeiro momento, o brasileiro está atento às buscas, estudos e oportunidades, principalmente em relação às condições de pagamento. Houve um aumento nas buscas, o que não quer dizer, necessariamente, que teremos o mesmo aumento em relação aos negócios fechados, pelo menos não agora. Mas já está refletindo nas compras, principalmente os negócios que têm como meio de pagamento o financiamento.
CRÉDITO
O cenário pode ser ainda de muita incerteza, mas a queda nos juros para movimentar a economia ajudou e muito a aquecer o mercado de imóveis. De janeiro a maio desse ano, os total de financiamentos atingiu R$ 34 bilhões em crédito, alta de 23,2% em comparação a igual período de 2019.
Ou seja, talvez a crise que estamos enfrentando esteja tirando muita gente de cima do muro e colocando em prática o sonho de ter a casa própria.
Muitas pessoas também veem os imóveis, nesse momento, como uma boa opção de investimento. Isso acontece porque estamos vendo uma baixa rentabilidade da poupança e da renda fixa, além da alta volatilidade no mercado de ações e subida dos preços dos imóveis em ritmo abaixo da inflação.
Do outro lado, surgem as condições de financiamento vantajosas e muitas oportunidades a serem avaliadas.
É sempre válido lembrar que a compra de um imóvel requer um detalhado planejamento financeiro constando todos os possíveis gastos e taxas extras e ainda um valor sobrando para uma emergência. E o ideal é ter isso já em mãos, assim fica mais fácil tomar decisões de forma consciente e certeira e também estar mais preparado para boas oportunidades que irão surgir pelo caminho.