As autoridades sanitárias de Mato Grosso do Sul, principalmente os médicos especializados na área de Infectologia, chegaram à conclusão que o crescimento rápido e avassalador dos casos de contaminação pela Covid-19 em Campo Grande é fruto do desrespeito ao isolamento social, ao uso da máscara e o descuido com a higiene. Por causa disso, já é real e impositivo o risco de um colapso no sistema de saúde, sobretudo na oferta de leitos.
Foram quase mil casos confirmados da doença na Capital em apenas um dia (na quarta-feira, 22) e a ocupação de UTIs oferecidas pelo SUS na macrorregião chegou a 94%. Mas ao contrário do que muitos pensam, a maior parte dos pacientes internados na Capital não vem de outros municípios. De cada 10 pacientes internados com a doença, nove são domiciliados em território campo-grandense.
Das 158 solicitações de internação por Covid-19 nos hospitais públicos entre 1º a 22 deste mês, 143 são da própria Capital – o que equivale a 90,5%. Só 15 pacientes são do interior, vindos de 11 municípios, todos da macrorregião da Capital. A realidade na rede privada é a mesma. Das 110 internações no período em decorrência da doença, 100 são de campo-grandenses e apenas 10 de pacientes de outros municípios. Os dados são da Central de Regulação.
AGRAVAMENTO
“Os dados comprovam a situação agravante na Capital, que hoje ocupa o primeiro lugar no ranking estadual de casos confirmados e, infelizmente, de óbitos, evidenciando a necessidade de tomarmos medidas mais rígidas para o controle da doença”, sustenta o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende.
A mesma proporção se repete no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, a principal unidade no atendimento a quem está com o novo coronavírus. No HRMS, até quinta-feira (23) estavam ocupados 87 dos 96 leitos críticos, a maioria por moradores de Campo Grande.