A Fundação Nacional do Índio (Funai) já havia entregue até à semana passada mais de 250 mil cestas de alimentos a indígenas em situação de vulnerabilidade social, como medida de enfrentamento à Covid-19. As entregas, em todo o território brasileiro, envolvem recursos próprios, doações e parcerias com outros setores do governo federal. A previsão inicial da Fundação é de 500 mil cestas entregues, mas esse número poderá aumentar.
Em Mato Grosso do Sul, alimentação, vacina e EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) estão entre as pautas de reforço na assistência e na prevenção às populações indígenas, segundo José Resina, da Funai. Um dos mais experimentados servidores da área, com mais de 40 anos de serviços à Fundação, Resina destaca o empenho com que o órgão se dedica à defesa dos direitos e do suprimento das necessidades do índio, em especial nos momentos mais aflitivos, como nesta pandemia.
A afirmação de Resina reproduz o olhar preocupado e atento da presidência do órgão. “Ao garantir a segurança alimentar dos indígenas, contribuímos para que eles permaneçam nas aldeias e evitem o contato com pessoas infectadas. Trata-se de um esforço articulado do governo federal para que esses povos tenham todo o suporte necessário”, acentua o presidente da Funai, Marcelo Xavier.
PARCERIAS
A iniciativa de distribuição dos alimentos envolve o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), entre outros parceiros. A ação beneficia inicialmente 154 mil famílias em três mil comunidades indígenas. Os itens foram adquiridos pela Conab com recursos do MMFDH. Já a distribuição fica a cargo da Funai, com o auxílio do Ministério da Defesa.
Em outra frente, a Funai conta com a ajuda da Campanha Empresa Solidária para arrecadar doações da inciativa privada. Podem ser doados itens como alimentos não perecíveis e produtos de higiene e limpeza. O objetivo é reforçar o suporte aos indígenas para que eles não precisem se deslocar até as cidades em busca desses produtos.
Além disso, outras entidades da sociedade civil, sobretudo as organizações não-governamentais, estão mobilizadas para abastecer as aldeias com alimentos e agora, no inverno, com roupas e agasalhos. O Cimi (Conselho Indigenista Missionário) e o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra) arrecadam as doações e fazem a entrega de alimentos com seus próprios meios, assim como as igrejas e entidades classistas e de serviços, como a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária).