A decisão da Câmara dos Deputados e a manifestação favorável do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao adiamento das eleições municipais constituem posturas de sensibilidade e reconhecimento ao que é mais elevado para o interesse humano, opinou o deputado estadual Gerson Claro (PP). Líder do Governo na Assembleia Legislativa, ele considerou necessária, acertada e precisa a aprovação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 18/2020, que transferiu de outubro para novembro deste ano a eleição de prefeitos e vereadores.
Gerson Claro, que é advogado e membro da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, discorda de quem vê o adiamento como um recurso motivado por interesse de cunho político ou mesmo uma decisão desnecessária. “É um absurdo que pensamentos desse tipo venham à tona, quando o mundo inteiro está sendo atacado violentamente por uma doença pandêmica, de alto poder de destruição, cujo contágio, se não for evitado, propaga-se com rapidez, como indicam os tristes números da letalidade do Covid-19 em todo o planeta, sobretudo aqui no Brasil”, analisou.
Os números da evolução da doença, especialmente entre as classes de renda mais baixa, sustentam a avaliação do parlamentar. “O adiamento do pleito é questão sanitária, é indiscutível. A pandemia desse tipo de vírus está desafiando a Ciência, cujo remédio por enquanto, até que a cura seja descoberta, é a prevenção, é fazer o isolamento social e adotar comportamentos preventivos”, salientou. Diante disso, ele aplaudiu a Câmara dos Deputados e o Judiciário, favoráveis à solução. “Uma decisão congressual e o apoio do TSE, na voz autorizada do seu presidente, o ministro Luís Roberto Barroso, trazem a todos nós uma resposta mais social e humanista que uma resposta política”, assinalou.
“O caso de Mato Grosso do Sul serve de indicador. Estamos em torno das 10 mil notificações positivas, já ultrapassamos a casa dos 100 óbitos, acumulam-se os registros de casos suspeitos em todo território estadual. E ainda parece que não chegamos ao pico da propagação. Isto nos reforça a certeza de que em novembro ainda estaríamos em um ambiente completamente impróprio para realizar eleições ou aglomerações humanas”, completou.
Gerson Claro ressalva ter sido importante o adiamento, mas mostra-se otimista com a superação da crise e confiante no cumprimento do ritual democrático, mesmo com a alteração do calendário eleitoral. “Esperamos que com as novas datas para o pleito, os demais prazos sejam observados com tranquilidade e segurança para todos os candidatos e participantes do processo”, disse.
“Creio que aos poucos avançaremos, sem sobressaltos, até às eleições, seguindo as etapas do novo calendário. Em setembro será a vez das convenções e em seguida todos os partidos e candidaturas poderão apresentar suas plataformas, fazer a campanha, cumprir o expediente da democracia de maneira efetivamente segura”, finalizou Claro. O deputado disse que tem compromisso de apoio com candidaturas para prefeituras e Câmaras de Vereadores em dezenas de municípios, mas a todas recomenda o máximo de prevenção.