A imprensa nacional vem dando destaque às medidas tomadas pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) para combater e prevenir a pandemia do coronavírus. São iniciativas para todas as situações passíveis de criar ambientes favoráveis a uma rápida propagação do vírus. No entanto, uma expressiva parcela da população parece não ter paciência para cumprir o isolamento social, sai de casa e vai às ruas, propiciando um cenário de baixa e preocupante adesão ao protocolo preventivo recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
Até quarta-feira (17) Mato Grosso do Sul mantinha o distanciamento social de 36,7%, em média. Muito baixo. Com isso, os casos do novo coronavírus aumentam. De terça para quarta-feira o Estado bateu novo recorde com o registro de 379 novos testes positivos para a Covid-19, passando dos quatro mil infectados. A taxa de distanciamento social recomendada por autoridades mundiais para reduzir o contágio é de 70% e a Secretaria de Saúde (SES) já chegou a pedir o mínimo de 60%.
Ocorre que desde os primeiros casos de Covid-19 no Estado, a maior taxa de recolhimento já alcançada foi na primeira quinzena de março, com taxa de 63% no dia 22 de março. O histórico de baixa adesão tem refletido nos números do Estado, e o que se nota tem sido o aumento diário de óbitos, casos e taxa de ocupação de leitos. O crescimento exponencial vem preocupando as autoridades estaduais de saúde, que mantêm o apelo para que as pessoas só saiam de casa se houver necessidade, e se saírem que seja com todos os cuidados necessários.
FRAUDES
Graças a um minucioso levantamento, o governo estadual apurou que 1.126 servidores públicos ativos e inativos no Estado receberam de forma irregular o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600 do Governo Federal. Os pagamentos indevidos somam R$ 719,4 mil. Todos terão que devolver o montante. Entre as pessoas que receberam pagamentos irregulares está o caso de um professor aposentado com remuneração mensal superior a R$ 35 mil.
Feito pela Controladoria-Geral da União (CGU) com a Controladoria-Geral do Estado (CGE), o levantamento mostrou que 259 desses servidores poderão responder a processo administrativo e judicial, por falsidade ideológica, já que fizeram o cadastro no Ministério da Cidadania declarando não ter vínculo empregatício, aposentadoria ou pensão. Segundo o chefe da CGE, Carlos Eduardo Girão de Arruda, os benefícios irregulares foram pagos principalmente a aposentados e pensionistas (84,9% dos casos) e servidores da Educação (12,7%, sendo a maioria professores convocados). “O perfil salarial é o mais diverso possível. Você encontra uma boa parte dos servidores ganhando um salário mínimo e até servidores aposentados que tiveram benefício bruto de R$ 35 mil, mas posso te dizer que mais de 80% não recebem mais de R$ 6 mil”, contou. “Além de devolver, esses vão ter que se explicar. Às vezes, podem ter sido vítimas de uma fraude, como a gente vê ocorrendo, a pessoa pega um CPF e pede por ela, abre uma conta no banco, às vezes, pode ser isso. Então, eles vão ter que se explicar”, prosseguiu Girão.