Responsável pelos fraquíssimos índices de prevenção em Mato Grosso do Sul no ranking nacional de adesão ao isolamento social amplo, o desempenho dessa parcela expressiva da população só está agravando a crise e contribuindo com os danos que já são causados na economia. A pandemia do coronavírus é o principal fator de aumento do número de desempregados em Mato Grosso do Sul.
Enquanto de um lado vários segmentos se comportam com clara indiferença aos apelos das autoridades para que sigam a Ciência e adotem o isolamento social como sua melhor forma de prevenir-se do contágio, os setores que estão entre os carros-chefes da economia cedem à pressão das dificuldades. Vários estabelecimentos comerciais estão reduzindo o quadro de pessoal.
SEGURO
De acordo com a Fundação do Trabalho de Mato Groso do Sul (Funtrab), o total de pedidos de seguro-desemprego em abril já chegou à casa dos 7,7 mil no Estado. Em abril, o número de requisições para o auxílio é de 5,5 mil, com 3,5 mil delas feitas em Campo Grande. Na cidade, aliás, a Fundação Social do Trabalho (Funsat) registrou até à última terça-feira 2,2 mil pedidos. O diretor-presidente da Funtrab, Enelvo Felini, conta que o órgão tem recebido 172 pedidos/dia, 115% a mais do que antes da pandemia.
Dados oficiais sobre demissões não foram divulgados, mas alguns segmentos da economia estadual já contabilizam números de funcionários demitidos no período de pandemia do novo coronavírus. É o caso dos setores de hotéis, bares e restaurantes, que já sentem o efeito da crise nos negócios. No setor de bares e restaurantes, o número de desligamentos em Campo Grande chega a 3 mil, conforme estimativa divulgada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-MS).
Os números de desempregados no País não são divulgados pela Secretaria de Trabalho, do Ministério da Economia, desde janeiro de 2020. O último balanço do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) é de dezembro de 2019. A previsão de queda da economia este ano está cada vez maior. Pela 11ª semana seguida as instituições financeiras revisaram a projeção de queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de bens e serviços produzidos. A estimativa passou de 2,96% para 3,34%.