Para conhecer qual a receita de sucesso que mantém Mato Grosso do Sul blindado contra os efeitos devastadores da conjuntura recessiva, não é preciso ir em busca de qualquer segredo. Basta identificar que no governo de Reinaldo Azambuja há indutores operacionais e de inteligência para criar e azeitar os diferentes mecanismos de governabilidade.
Em resumo, o amplo arco de sustentação que fortalece a governança tem como ponto de partida e de apoio três ferramentas que operam em contextos específicos da administração, do ambiente partidário e da composição geral da política – cada um com o seu foco no social, no econômico, no ambiental e no conceitual.
O pilar central da inteligência governamental é a Secretaria de Governo e Gestão Estratégica, confiada a Eduardo Riedel, um técnico em gerenciamento, por excelência, mas capacitado na prática para ir além do pensamento burocrático e ingressar nos vários recintos de diálogo e entendimento de interesse da administração.
No plano dos partidos, a primeira base de apoio governamental é o PSDB, a maior e mais próxima força do governador. Seu presidente regional, Sérgio de Paula, tem se desdobrado para assegurar a forma e o conteúdo municipalista nas ações e decisões de Reinaldo Azambuja ao longo destes quase cinco anos. O PSDB cresceu, mas não fez disso um elemento de pressão ou de esvaziamento da base aliada – cresceram, juntas, outras legendas, inclusive abrindo caminhos para lançar candidaturas próprias com apoio do governo em vários municípios.
Por fim, o esteio imprescindível da Assembleia Legislativa. Seu presidente é o deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB), já citado por Azambuja como sendo um dos parceiros mais importantes e decisivos na garantia dos interesses do Estado em projetos do Executivo submetidos à apreciação e deliberação dos parlamentares.
Paulo Corrêa lidera o compartimento político de maior alcance da coalisão que envolve diversas siglas e múltiplos e, às vezes, conflitantes interesses, especialmente à medida que se aproxima o ano de eleição municipal. Não só pela aprovação de projetos – alguns sob resistência da sociedade -, mas pela dimensão dada à sua importância para a resistência financeira do Estado, a Assembleia Legislativa é a chave da porta aberta para a viabilidade governamental em Mato Grosso do Sul.