Em entrevistas concedidas nesta terça-feira (8) aos programas ‘Bom Dia MS’, da TV Morena, e ‘Primeira Página’, da Rádio Morena, o presidente da Fiems, Sérgio Longen, informou que de janeiro a agosto deste ano o setor industrial de Mato Grosso do Sul, que é composto pelas indústrias de transformação, de extrativismo mineral, de construção civil e de serviços de utilidade pública, gerou um saldo positivo de 2.797 postos de trabalho, resultado de 40.797 contratações e 38 mil demissões, conforme levantamento realizado pelo Radar Industrial.
Ainda de acordo com os números do Radar, os principais responsáveis por esse bom desempenho são as indústrias de alimentos e bebidas (+1.246), construção (+781), química (+355), papel, papelão, editorial e gráfica (+258), extrativa mineral (+147), metalúrgica (+120) e produtos minerais não metálicos (+111). “Há tempos que estamos divulgando o início da recuperação econômica, principalmente do setor industrial, mas temos notado que a economia brasileira está se ajustando. Em Mato Grosso do Sul, temos acompanhado segmentos da indústria que têm evoluído, o que tem sido medido por indicadores como a geração de empregos, que é o que realmente traz resultado para a sociedade”, pontuou Sérgio Longen.
Ele destaca que esse saldo positivo de 2.797 novos empregos somente na indústria estadual contabilizado no período de janeiro a agosto deste ano é muito bem-vindo. “Apenas no mês de agosto tivemos um saldo positivo de 656 novos postos de trabalho e esperamos que esses números continuem a evoluir até o fim deste ano, trazendo um alívio para o setor industrial de Mato Grosso do Sul e também para o setor em nível nacional, que vem a reboque graças a programas que estão sendo apresentados pela União para que o Brasil realmente possa retomar o crescimento industrial”, declarou o empresário.
Com esse saldo, o conjunto das atividades industriais em Mato Grosso do Sul encerrou agosto com 123.824 trabalhadores empregados, indicando elevação de 0,55% em relação ao mês anterior, quando o contingente ficou em 123.146 funcionários. Atualmente, a atividade industrial responde por 18,9% de todo o emprego formal existente em Mato Grosso do Sul, ficando atrás dos setores de serviços, que emprega 196.227 trabalhadores e tem participação equivalente a 30,0%; administração pública, com 133.910 empregados ou 20,5%; e comércio, com 128.194 empregados ou 19,6%.
O presidente da Fiems também revelou que em 49 municípios de Mato Grosso do Sul as atividades industriais registraram saldo positivo de contratação no período de janeiro a agosto de 2019. Entre as cidades com saldo positivo de pelo menos 40 vagas destacaram-se Campo Grande (+820), Naviraí (+350), Itaquiraí (+241), Maracaju (+217), Dourados (+179), Coxim (+167), Sidrolândia (+155), Aparecida do Taboado (+152), São Gabriel do Oeste (+122), Chapadão do Sul (+109), Paraíso das Águas (+97), Corumbá (+71), Nova Andradina (+64), Angélica (+60), Terenos (+55), Eldorado (+54), Cassilândia (+51) e Anastácio (+49).
UFN 3
Sobre a transferência do controle acionário da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN 3), em Três Lagoas (MS), da Petrobras para o conglomerado russo Acron Group, ele destaca que ainda está no aguardo das decisões no sentido da retomada do empreendimento. “O início da operação dessa indústria é um sonho para Mato Grosso do Sul e estamos acompanhando o desenrolar dessas negociações. Há tempos estamos aguardando uma notícia positiva nesse sentido e, por isso, estamos atuando para a implantação do porto seco em Três Lagoas, cujas as tratativas já estão em andamento. Espero que no máximo em 2020 tenhamos esse porto em funcionamento para atender todas as indústrias da região”, disse.
Sérgio Longen completa que a obra de construção da UFN 3 deve ser mesmo concluída e a indústria entrará em operação em Três Lagoas o mais breve possível, faltando apenas ajustes com relação às datas, o que deve aumentar ainda mais a geração de empregos pelo setor no Estado. “O novo Brasil se desenha com trabalho e não com assistencialismo, é bom deixar isso bem claro. As indústrias precisam cada vez mais de profissionais, todas as empresas hoje têm vagas para profissionais qualificados ou altamente capacitados, os cursos são os mais variáveis, em todos os segmentos da indústria, por isso, temos estruturado as unidades do Sesi e Senai para atender essas demandas em todas as regiões de Mato Grosso do Sul”, garantiu.
O empresário completa que é importante reforçar que somente o trabalhador qualificado terá garantido uma vaga no mercado. “Infelizmente, o nosso grande desafio no Brasil ainda é a qualificação profissional. Hoje, a indústria tem buscado profissionais qualificados em várias áreas, como mecânicos, eletricistas, encanador, pedreiro, enfim, são inúmeras vagas e oportunidades no mercado para pessoas qualificadas. Quem mais sofre é quem não tem uma formação adequada, pois nós temos hoje na indústria várias vagas, o que temos notado é falta de interesse dos trabalhadores nessa qualificação”, lamentou.
O presidente da Fiems destaca que a Indústria 4.0 já chegou ao Estado e está aí cobrando resultados. “Ou a empresa se adapta ou fica fora do mercado. A Indústria 4.0 não é inimiga do trabalhador, ela gera oportunidades de vagas e melhores salários e as pessoas não perceberam isso ainda. É muito importante que os trabalhadores busquem a oportunidade de qualificação, gratuitas ou não”, ressaltou, informando que somente o Senai abriu neste ano 42.596 vagas em diversos cursos de formação profissional e, até o momento, já foram preenchidas 44.182 vagas, obrigando a instituição a disponibilizar mais 2.100 vagas até o fim deste ano para suprir a demanda.