A alentadora projeção de investimentos bilionários que contemplarão Mato Grosso do Sul quando a rota bioceânica estiver em operação já tem bases seguras de processamento. Antes de a nova realidade e maior conquista integracionista da América Latina ser entregue ao acesso de todos, e conforme reiterou o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) em agosto, quando foi a Porto Murtinho para o lançamento da obra da ponte com Carmelo Peralta entre Brasil e Paraguai, fatos positivos se sucedem para alavancar a economia, gerar empregos e criar condições seguras de desenvolvimento.
Este é o panorama concreto da política pública de fomento do governo estadual, que mais uma vez faz do Estado um dos grandes destaques nacionais como polo gerador de oportunidades. De acordo com o Caged (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego, do Ministério do Trabalho e Emprego), Mato Grosso do Sul continua na linha de frente do ranking de empregabilidade. Em agosto deste ano foram criadas mais 1.152 novas oportunidades de trabalho no Estado.
A indústria está na ponta desse desempenho, com a abertura de 582 novos postos de trabalho, seguida pelo setor de serviços (571). Os subsetores de comércio varejista (207) e serviços médicos e odontológicos (142) também registraram alta considerável. A sequência deste efeito positivo advém da política de geração de emprego somada à atração de novos investidores. O Estado vem desburocratizando a abertura de novas empresas, o que torna natural a criação de novas vagas de trabalho.
“A geração de empregos está caminhando a passos largos com as novas empresas que vêm se instalando em Mato Grosso do Sul, abrindo suas portas para oportunidades de trabalho”, afirmou Azambuja. O titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verrick, ressaltou: “A gente tem uma ativação das exportações e isso é extremamente positivo. Começamos também agora na nova contratação do comércio e serviços visando ao final do ano, além do início do plantio da soja, que também indica mais empregos no setor da agropecuária”, acrescentou.
De janeiro a agosto deste ano os setores chegaram a 17.145 novas vagas. O resultado supera o do ano passado em 119%. No mesmo período de 2018 foram criadas 7.815 novas vagas. No acumulado dos últimos 12 meses, o segmento de serviços apresentou a criação de 615 vagas.
O comércio vem apresentando recuperação desde agosto de 2018, com a criação de 2.716 novas vagas para o mesmo período. O resultado positivo acompanha o cenário nacional. Pelo quinto mês consecutivo, o Brasil teve um saldo positivo. O número de vagas adicionais no mercado de trabalho foi de 121.387, saldo decorrente de 1.382.407 admissões e de 1.261.020 desligamentos.
Por município, Dourados apresentou o melhor resultado, gerando 5.857 novos postos de trabalho, seguido por Campo Grande (2.750). Nas performances negativas, Paranaíba registrou a desocupação de 247 empregos formais.
CAMINHO PROMISSOR
Os números animadores do Caged retratam os méritos dos empreendedores e o acerto das políticas públicas governamentais, dando segurança e estímulo a toda rede econômica, do agronegócio e da indústria ao comércio, serviços e turismo. A rota bioceânica vai potencializar este cenário. Da mesma forma, as pequenas economias, arranjos locais e redes produtivas, como a agricultura familiar e os municípios, terão impulso renovado.
Com o corredor bioceânico ligando o Brasil ao Chile, passando por Paraguai e Argentina, e a entrada em operação de três novos terminais portuários, além do que já está em atividade no município, Porto Murtinho, por exemplo, se transformará daqui a três ou quatro anos em um hub logístico, ou seja, um grande centro de importação e exportação.
O corredor bioceânico rodoviário terá 2.396 km. Segundo a Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), o corredor vai ter potencial para movimentar US$ 1,5 bilhão por ano em exportações de carnes, açúcar, farelo de soja e couros, para os outros países por onde o corredor passará e também para o mercado asiático. Esse volume de recursos representa mais de um quarto do total do faturamento com as exportações do estado no ano passado, que foi de R$ 5,6 bilhões.
PROGRAMA CENTELHA
Mato Grosso do Sul é um dos estados com maior adesão ao Programa Centelha, criado para estimular a criação de empreendimentos inovadores e disseminar a cultura empreendedora no Brasil, oferecendo capacitações e recursos financeiros. Foram criadas no Estado 564 ideias em 34 municípios, uma média de 20,5 propostas para cada 100 mil habitantes. Desse total, 359 são da região Centro-Norte, 118 do Sudoeste, 51 do Pantanal e 36 do Leste. Os próximos passos do edital serão de avaliações das propostas e apresentação de uma lista preliminar com as 200 ideias melhor avaliadas, que deverão passar para a próxima fase, a ser divulgada até 15 de outubro.
Na terceira etapa, 100 propostas continuam na disputa, e na fase final, as 28 ideias vencedoras receberão até R$ 60 mil em subvenção econômica cada uma, além de todos os processos de acompanhamento e capacitações oferecidas pelo Programa. Vale ressaltar que as ideias de Mato Grosso do Sul concorrem apenas com ideias de Mato Grosso do Sul. A diretora-científica da Fundect e gestora do Programa Centelha em Mato Grosso do Sul, professora Edna Scremin Dias, pontua: o Centelha é apenas o primeiro passo de um longo trabalho de popularização e envolvimento da sociedade, com ações de empreendedorismo e inovação.
“Durante os últimos meses estivemos presentes nas 4 regiões de Mato Grosso do Sul reunidos com prefeituras, associações comerciais, universidades, institutos federais e incubadoras. Com isto, promovemos uma troca de experiências com diversos atores da ciência, tecnologia e inovação do Estado. A divulgação do Centelha foi uma ótima oportunidade para reunir e fortalecer os agentes de nosso ecossistema de inovação”, afirmou Edna Dias.