Os servidores públicos da Prefeitura de Campo Grande terminam o mês de maio com um forte motivo para ter um sono intranquilo e angustiado: um rombo de R$ 88 milhões no seu órgão de cobertura previdenciária. A revelação é de fonte oficial, o próprio Poder Executivo, e foi publicada pela imprensa no início desta semana, com base nos relatórios financeiros sobre receitas e despesas de janeiro a abril deste ano.
Com esse rombo brutal do déficit acumulado no primeiro quadrimestre do exercício, a previdência municipal registrou a continuidade na série das perdas expressivas mês a mês, que colocam em risco o pagamento das aposentadorias e pensões dos inativos. Nesses quatro meses o município arrecadou R$ 72,8 milhões em receitas previdenciárias. No entanto, as despesas liquidadas somaram R$ 161,5 milhões.
A diferença de 123% a mais em relação à receita gerou os números assustadores do déficit, um demonstrativo que para Pedro Pedrossian Neto, secretário de Finanças e Planejamento, indica a necessidade imediata de ser aprovada a reforma da Previdência. Enquanto ela não chega – diz ele – a Prefeitura fica obrigada a recorrer aos recursos do Tesouro, o que compromete a amplitude dos investimentos na cidade.
A explicação do secretário não esclarece, entretanto, um detalhe fundamental: em pouca coisa ou nada a reforma da Previdência no Congresso afetará o sistema que cobre os servidores públicos municipais, por meio do IMPCG. O reflexo da má gestão da cidade, como se pode constatar, está presente nas diversas esferas de atribuições do prefeito Marquinhos Trad.