O presidente Jair Bolsonaro perdeu 15 pontos percentuais em aprovação em 60 dias, conforme levantamento do Ibope divulgado em março. Segundo o instituto, caiu de 49%, em janeiro, para 34%, em março, o índice dos brasileiros que consideram sua gestão boa ou ótima. É como se o presidente tivesse perdido a aprovação de três em cada dez apoiadores desde que assumiu o mandato. Em fevereiro esse percentual estava em 39%.
O Ibope constatou que 24% dos entrevistados avaliam como ruim ou péssimo o atual governo. Outros 34% o consideram regular, e 8% não responderam. Especialista em análise de pesquisas, o jornalista José Roberto Toledo dizia na ocasião ser aquela a pior avaliação de um presidente eleito em seus dois primeiros meses de mandato desde a redemocratização. A popularidade de Dilma e Fernando Henrique Cardoso só foi inferior a 34% no mesmo período no início do segundo governo, quando já acumulavam desgastes dos quatro anos anteriores.
O percentual de aprovação a Bolsonaro, segundo o analista, corresponde ao alcançado por José Sarney em 1987, após dois anos de mandato. Também caiu o índice dos brasileiros que confiam em Bolsonaro, segundo o Ibope: de 62%, em janeiro, para 49%, em março. No mesmo período a desconfiança subiu de 30% para 44%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou para ou menos.
Na leitura dos números do Ibope, há um mês, interpretava-se que a queda de apoio popular a Bolsonaro ocorreu após episódios no mínimo controversos, que vão desde as suspeitas de apropriação de salário de funcionários envolvendo seu filho, ex-deputado Flávio Bolsonaro, eleito senador, passando por manifestações polêmicas do presidente em entrevistas e no Twitter, pelas acusações de uso de candidatas laranjas por seu partido, e pela reforma da Previdência.