Um belo e convincente exemplo de amor ao que se faz e de confiança no poder inclusivo e transformador do esporte está diante dos sul-mato-grossenses, na cidade de Campo Grande. Com base original no Bairro Estrela do Sul, o Vitória Esporte Clube, ou simplesmente VEC, é uma espécie de bandeira de esperança que acolhe, abraça, educa e aprimora qualidades pessoais e técnicas para crianças e adolescentes, tendo como grande ferramenta dessa construção o futebol.
O ideal do professor e fundador do VEC, Ramão Pereira, vem desde muito jovem, quando sonhava com oportunidades democratizadas de cidadania com o direito de todas as pessoas ao acesso à educação, ao esporte, ao lazer e ao trabalho. E esse ideal se aprimorou e se fortaleceu nestes 25 anos em que o VEC atravessa grandes desafios, supera dificuldades e instala perspectivas de cidadania para pessoas que dela estão privadas.
Ramão conta com o suporte de um incansável e eficiente auxiliar e coordenador, o filho, professor Carlos André Pereira, o Cadhé, um ex-atleta profissional. São pai e filho, amigos, parceiros e compartilham uma certeza fundamental: o esporte, prática saudável, tem no futebol um elemento de enorme potencial educativo a contribuir na formação cidadã, abrindo novos caminhos e desviando crianças e jovens de atalhos tentadores e perigosos, como a violência e as drogas. É assim que o VEC se comporta, com metodologias participativas e estratégias didáticas e de convivência espelhadas na capacidade coletiva e individual de olhar, refletir e agir em três eixos: família, escola e esporte.
NOME VITORIOSO
Com isso, o VEC é a tradução literal de Vitória Esporte Clube. Forma vencedores pela via do esporte praticado no sentido do bem-estar coletivo de um clube. E os talentos se revelam, se aprimoram, se apresentam. Atletas com essa formação vitoriosa já partem para experiências futebolísticas em outros estados. Levam consigo, na bagagem de sonhos e de verdades, o talento para usar dentro dos gramados com a mesma consciência humanista que trabalha o dia-a-dia de cada um fora de campo.
A situação de vulnerabilidade social das crianças é um dos focos da atenção de Ramão e Carlos. Elas querem chances de viver o que sonham e o que podem fazer com a cabeça, os pés, as mãos e os valores da formação humanista-esportiva. Para inteirar-se dessa realidade nos detalhes e, de alguma forma, contribuir para que ela se mantenha e se prolongue, basta ir aos treinos do VEC no campo da comunidade do Conjunto Estrela do Sul, na Rua Macunaíma. As aulas acontecem às terças, quintas e sábados, nos períodos matutino e vespertino.
No VEC são muitos os craques na bola, na escola e na vida, como Kleiton Quevedo, 17, e João Victor, 18, um volante e outro meia-atacante, o primeiro de Campo Grande (MS) e o segundo de São Gonçalo (RJ). Ambos estão ingressando no Planaltina EC para disputar em Brasília o Candango 2019 nas categorias sub-20 e 2ª Divisão de Profissionais. Fortalecem esses avanços apoios como o da Goldplay, uma empresa do Distrito Federal, de propriedade dos sócios Bruno Magalhães e Guilherme Coelho.