O conceito de fast fashion, que levava as grandes marcas a produzirem coleções mensais ou até semanais, dá lugar ao ultra fast fashion e, com ele, traz a necessidade de entregar ao consumidor as últimas tendências de moda em tempo recorde e com preços acessíveis. Para auxiliar as indústrias do vestuário de Mato Grosso do Sul a acompanhar esse cenário de maneira competitiva e sustentável, o Senai Empresa, por meio do CTV (Centro de Tecnologia do Vestuário), e do Senai Cetiqt (Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil), do Rio de Janeiro, iniciaram o projeto Coleção + Ágil.
O piloto está sendo realizado pelo Senai em cinco Estados brasileiros e, em Mato Grosso do Sul, seis indústrias do segmento, de Campo Grande, Dourados e Nova Andradina, foram selecionadas para participar do projeto, uma consultoria coletiva, com momentos individualizados, e que, com baixos custos, vai resultar no desenvolvimento de uma coleção cápsula pelas empresas. “Se antes era aplicado o conceito de fast fashion, hoje as empresas precisam trabalhar os processos no ritmo do ultra fast fashion, e surge uma necessidade de entender os clientes, pois eles norteiam as empresas a produzirem novas peças a partir de seus desejos, que mudam muito rápido”, afirmou a consultora de moda do Senai Cetiqt, Liz Gigilio Xavier, que veio ministrar a etapa coletiva do projeto em Campo Grande.
Na terça-feira (12) foi encerrada a etapa coletiva no Senai Empresa da Capital, com a participação das empresas Kibela Moda Praia, Made in Arruda e Bendita Store. Na semana retrasada, a consultoria foi realizada em Dourados, com as empresas Thais Matos Lingerie e Marta Campos Underwear, além da D’la Rouse, de Nova Andradina. “São 56 horas de consultoria e as empresas vão obter ganhos expressivos de produtividade na etapa de criação e desenvolvimento de coleções por meio de um processo ágil”, afirmou a consultora do CTV da Capital, Hanna Viana.
“As empresas passarão por diversas etapas que vão ajudar as marcas a desenvolver coleções de forma mais ágil e responsiva, ou seja, que atenda ao consumidor e proporcione lucratividade para a empresa”, acrescentou Tatiane Forti, do CTV de Dourados. Proprietária da Made in Arruda, a empresária Sharlene Arruda trabalha há cinco anos com a marca e, pela primeira vez, participou de uma consultoria do Senai Empresa. “Honestamente, não sabia para onde ir e, depois de hoje, não vou mais sair do Senai, foi um divisor dentro do meu negócio, porque me mostrou que o caminho certo é dinamizar as coleções de forma constante, sempre com peças novas”, considerou a empresária, que confecciona peças infantis com uma pegada de humor.
A proprietária da Kibela Moda Fitness acrescenta que a loja mantém um canal de relacionamento com os clientes para entender o que procuram. “Acontece com frequência de fazermos uma coleção intermediária, entre as coleções oficiais, para atender a busca por determinadas peças que estão na moda, por isso é tão importante se manter atualizado”, finaliza.