Os 4.281 ladarenses que foram às urnas em outubro de 2016, rasgariam os títulos ou, se pudessem, anulariam o voto que deram para eleger o prefeito Carlos Aníbal Ruso Pedroso (PSDB). Semelhante atitude teriam também os eleitores (ou maioria deles) que colocaram na Câmara Municipal os vereadores Osvalmir Nunes da Silva (PSDB), Lilia Maria Villalva de Moraes Silva (MDB), Augusto de Campos (MDB), Agnaldo dos Santos Silva Junior (PTB), Paulo Rogério Feliciano Barbosa (PMN), André Franco Caffaro (PPS) e Vagner Gonçalves (PPS).
O prefeito e sete dos 11 vereadores, juntamente com o secretário municipal de Educação, Helder Naulle Paes dos Santos, estão presos desde 26 de novembro último sob a acusação de participarem de um esquema de corrupção com o pagamento de propinas para garantir apoio político ao chefe do Executivo. Segundo o Ministério Público, Ruso repassava um “mensalinho” de cerca de R$ 3 mil para os vereadores, que além do dinheiro tinham o direito de indicar pessoas para ocupar cargos na administração pública. Em troca, votavam a favor de projetos de interesse do prefeito.
O MP apurou ainda que até uma Comissão Parlamentar de Inquérito, sugerida para apurar irregularidades no âmbito da saúde pública municipal, teria sido barrada na Câmara por intervenção do grupo de vereadores. O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) cumpriu nove mandados de prisão preventiva e notificação. Inicialmente, todos foram levados para o Centro de Triagem da Secretaria de Segurança Pública, em Campo Grande. O vice-prefeito Iranil Soares (PSDB) e os suplentes dos vereadores presos e cassados tomaram posse.