Com 122 trabalhos inscritos nas categorias artes plásticas, projeto de pesquisa e vídeo, o prêmio teve como iniciativa estimular nas escolas as práticas de ações na promoção da igualdade racial, superação do racismo e empoderamento da população negra.
O evento contou a presença de diretores da Águas Guariroba e da Aegea, holding da concessionária, do rapper carioca Jota Jr., da Procuradora de Justiça de Mato Grosso do Sul Jaceguara Dantas e da fundadora do Coletivo de Mulheres Negras de Mato Grosso do Sul, a professora Raimunda Luzia Brito, que falaram sobre as suas experiências no enfrentamento ao racismo.
“O programa Respeito dá o Tom está sendo trabalhado há um ano pela Águas Guariroba e é gratificante saber que outras pessoas também militam na mesma missão que a nossa. O nosso objetivo é continuar com o programa até que tenhamos fortalecido a inclusão social e fazendo com que Campo Grande seja uma referência para o Brasil”, ressaltou a presidente da Águas Guariroba, Lucilaine Medeiros.
Para o diretor de operações da regional centro-oeste da Aegea e responsável pelo Programa Respeito dá o Tom, Josélio Alves Raymundo, o prêmio é um importante passo para se promover o debate sobre a igualdade racial dentro das escolas e também um estímulo à reflexão sobre o tema. “Este prêmio nos mostra como as escolas têm muito a nos ensinar. Ficamos muito surpresos com a qualidade e a criatividade dos projetos apresentados pelos professores e alunos, sendo um marco para que Campo Grande amplie este debate e que tenhamos cada vez mais trabalhos maravilhosos como estes”, destacou.
Os três primeiros colocados de cada categoria foram premiados, sendo o primeiro lugar com R$ 7 mil, o segundo com R$ 3 mil e o terceiro lugar com R$ 2 mil. Na categoria Projeto de Pesquisa, a escola Estadual Joaquim Murtinho foi a vencedora, com o projeto “Diversidade Étnico-Racial e Cultural”. Autor da pesquisa, o professor Izadir Francisco de Oliveira, destacou a premiação como essencial na ampliação de debates e pesquisas sobre o enfrentamento ao racismo.
“Estamos felizes com o reconhecimento, pois representa a ampliação de pesquisas no enfrentamento à desigualdade racial. É importante que as empresas estimulem programas como o Respeito dá o Tom, fazendo com que debates sobre a igualdade racial cheguem até a sociedade”, disse o professor.
Na categoria Vídeo, “A Cor de Cássia”, da Escola Estadual Aracy Eudociak, foi o vencedor. Para a aluna Élida Barros de Jesus, que interpreta a personagem Cássia, o prêmio contribui para o debate sobre o preconceito dentro de sala de aula.
“O Prêmio representa muito para mim, pois sou negra e sofri muito com o racismo na infância. É um privilégio participar desta premiação e uma satisfação em poder apresentar um trabalho que contribui para a reflexão sobre o racismo. A iniciativa da Águas Guariroba é muito importante, já que se trata de uma oportunidade de ampliarmos o respeito ao próximo e auxiliar os jovens a lidar com o preconceito”, destacou.
A Escola Estadual Amélio de Carvalho Bais foi a vencedora na categoria Artes com o projeto “Poetisas do Amelio”. Para a aluna Raisla Andrade, uma das autoras do projeto, falar sobre o racismo através da arte é uma oportunidade de ampliar a reflexão dentro das escolas para outros tipos preconceito também.
“A sensação é de um esforço recompensado. Não somente pelo prêmio, mas pelo empenho de todos voltado a um tema muito importante para a sociedade. É indispensável termos mais projetos que trazem a discussão sobre o preconceito para as escolas, pois estimulam o debate não só ao racismo, como também ao machismo, violência e à homofobia”, disse a aluna.