O Brasil ainda está vivendo sob os efeitos do devastador processo de desconstrução da economia mundial, iniciada no final do século 20. No ápice deste ciclo de crise internacional, a partir de 2010, já se desenhava um cenário de graves dificuldades para o País, sobretudo em função do brutal endividamento público e do consequente desalento que isso provocou nos empregadores e principais agentes da economia, tanto no setor primário como no de transformação.
Nos estados, vários fatores internos contribuíram para sua ingovernabilidade: a queda de receitas, os desníveis geoeconômicos provocados por um sistema tributário falido e injusto e, sobretudo, o câncer incurável em feridas que a corrupção e os corruptos vêm abrindo há séculos.
Mato Grosso do Sul estava fadado a ser mais um nesse contexto: endividado, desacreditado pela roubalheira dos cofres públicos, demolido por finanças totalmente esburacadas e obras inconclusas, enfim, sem horizontes de governabilidade a curto e nem a médio prazo. Queda violenta na qualidade da prestação de serviços essenciais e com um dos retratos mais tristes e deprimentes dessa conjuntura nos seus lares: o desemprego.
Havia sim ceticismo e desconfiança da população quando Reinaldo Azambuja assumiu o governo em 2015. Ele encarou e derrubou o favorito, Delcídio Amaral, em uma eleição de dois turnos. Teve o apoio majoritário de um povo disposto a buscar nova experiência de gestão, de compromisso, de responsabilidades. Àquela altura, o Estado não tinha nenhuma perspectiva promissora para oferecer de imediato, a não ser a obrigação de confiar e esperar.
Já no primeiro ano de atuação o novo governo disse a que veio. Impôs severa e sistemática política de controle financeiro, negociou os compromissos, ajustou o caixa para as necessidades inadiáveis, empreendeu a dinâmica de retomada gradual do crescimento. A resposta veio com a garantia de caixa para concluir as obras inacabadas que herdou do antecessor.
O investimento no ‘Programa Obras Inacabadas Zero’ e a retomada dos projetos de infraestrutura, sobretudo na habitação, abastecimento e estradas, reaqueceu a construção civil. Aliada a isso, a política de fomento atraiu empresas de todos os setores. O resultado logo se fez sentir: a geração de empregos foi tão expressiva que Mato Grosso do Sul fez desse recorte um de seus itens de referência nacional em gestão.
Assim estão sendo concluídos os primeiros quatro anos desta gestão. E com os resultados das eleições, as perspectivas alentadoras se agigantam. São resultados que as urnas e as implicações políticas promoveram. De um lado, o governador reeleito já conta com maioria folgada na Assembleia Legislativa e uma das mais amplas e sólidas bases de sustentação.
De outro lado, o novo governo federal que assume em janeiro ratifica outro impulso favorável, tanto por antecipar a prioridade que será dada aos estados de capacidade predominante para o agronegócio, como pela decisão de escolher em Mato Grosso do Sul dois dos ministros que vai levar para o Palácio do Planalto, nas pastas da Saúde e da Agricultura.
E para completar, dentro de todo esse mapa de possibilidades ainda cabe torcer, sonhar e esperar que as tendências reinantes confirmem a senadora Simone Tebet para a presidência do Senado. Seria a cereja do bolo, a coroação de um tempo ainda mais novo e mais frutífero para os anseios dos sul-mato-grossenses.
GERALDO SILVA