O candidato a presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) é hoje o provável vencedor da disputa do segundo turno. Se as pesquisas estiverem corretas e se confirmarem, no próximo domingo, 28, ele será anunciado pelo TSE como o sucessor de Michel Temer (MDB) no comando político-administrativo do País. No entanto, antes mesmo de as urnas serem abertas e os resultados anunciados, os militares do segmento bolsonarista já mostram as garras e antecipam algumas das exigências que cobrarão do eleito.
Coordenador das candidaturas de militares das Forças Armadas e deputado eleito por São Paulo, o general Roberto Sebastião Peternelli Júnior (PSL) afirmou que os partidos com as maiores bancadas na Câmara em janeiro – o PSL – e no Senado – o MDB – devem presidir as respectivas Casas. Ele defendeu a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a presidência da Câmara. Filho do presidenciável Jair Bolsonaro, Eduardo foi reeleito com 1,8 milhão de votos.
O general Eliéser Girão Monteiro Filho, deputado eleito pelo PSL no Rio Grande do Norte, defendeu o impeachment e a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal e responsáveis pela libertação de políticos acusados de corrupção, como o ex-deputado José Dirceu (PT) e os ex-governadores do Paraná, Beto Richa, e de Goiás, Marconi Perillo, ambos do PSDB. Segundo ele, “o impeachment de vários ministros” se insere em um “plano de moralização das instituições da República”.
O general Sebastião Peternelli Jr, diante da perspectiva de invasões de propriedades públicas e privadas durante manifestações – como as organizadas pelo MST – advoga que essas ações, tanto no campo quanto na cidade, sejam tipificadas como terrorismo, como propõe Bolsonaro. “É preciso cumprir a lei”, disse. “Se a legislação atual não está sendo suficiente para inibir essas invasões, você precisa mudar para que a lei branda não estimule as invasões. É preciso dar tranquilidade ao homem do campo”, afirmou. O general defendeu, por fim, que o Congresso vote e regulamente a prisão de réus após a condenação em segunda instância, tema ainda em discussão no Supremo Tribunal Federal.
JUDICIÁRIO
“Não tem negociação com quem se vendeu para o mecanismo”, escreveu em sua conta no Twitter o general Eliéser Girão Monteiro Filho, em referência à série da Netflix sobre a Lava Jato. “Destituição e prisão”, completou. Ao ser questionado pelo Estado, o general ratificou o que disse: “É isso. O Senado tem de cumprir o papel dele”. O impeachment de ministros do Supremo deve ser votado pelo Senado e aprovado por dois terços da Casa. Ele é possível em caso de crime de responsabilidade, como proferir julgamento quando suspeito na causa ou exercer atividade político-partidária.