A exemplo do mês de junho, a produção industrial sul-mato-grossense avançou em julho, conforme a Sondagem Industrial realizada pelo Radar Industrial da Fiems junto a 82 empresas no período de 1º a 13 de agosto de 2018. O índice de evolução da produção fechou o mês em 55,7 pontos, crescimento de 5,8 pontos em relação a junho, quando a produção já havia avançado por conta da recomposição do nível de atividade ocorrida após a paralisação dos caminhoneiros.
“Em síntese, o resultado indica que o número de empresas com produção estável ou crescente aumentou na passagem de um mês para o outro. O levantamento mostra que em julho 79,3% dos estabelecimentos se enquadravam nessa condição, contra 70,3% no mês anterior”, detalhou o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende.
O levantamento também apontou que a ociosidade apresenta nova redução. “Em julho, a ociosidade média na indústria sul-mato-grossense ficou em 28%, enquanto no mês anterior esse resultado tinha sido de 30%. Contudo, mesmo com a ligeira melhora, ainda permanece alta a participação daqueles que disseram que a utilização da capacidade ficou inferior ao patamar considerado usual para o mês, em julho, por exemplo, essa foi a condição indicada por 39% dos respondentes”, informou o economista.
EXPECTATIVAS
Ezequiel Resende reforça que o índice de expectativa do empresário industrial revela que a demanda marcou 58,2 pontos, sinalizando expectativa de aumento para os próximos seis meses a partir de agosto. Já o índice de empregados marcou 50,8 pontos, indicando que o número de trabalhadores deve se manter estável nos próximos seis meses, enquanto no caso da exportação o índice marcou 61,3 pontos, revelando que as vendas para o exterior devem aumentar nos próximos seis meses a partir de agosto.
A respeito da intenção de investimento, o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems pontua que ela também voltou a crescer após três quedas consecutivas. “O índice de intenção de investimento do empresário industrial alcançou 50,2 pontos em agosto, indicando aumento de 2,2 pontos sobre o mês anterior. Esse resultado interrompeu uma série de três quedas consecutivas ocorridas a partir de maio”, analisou.
Contudo, completa Ezequiel Resende, nos últimos quatro meses o indicador apresenta uma retração acumulada de 11,6 pontos. “Até aqui, as decisões de investimento dos empresários seguem fortemente influenciadas pelas dificuldades observadas quanto ao ritmo de recuperação da atividade econômica, pelo aumento das incertezas no campo político e pelo persistente nível de desemprego”, explicou.
ÍNDICE DE CONFIANÇA
O Índice de Confiança do Empresário Industrial de Mato Grosso do Sul (ICEI/MS) avançou, em agosto, alcançando 54,6 pontos, indicando um aumento de 3,1 pontos em relação a julho. “Esse resultado interrompeu uma série de quatro quedas consecutivas ocorridas a partir de abril. Contudo, considerando os últimos cinco meses, o indicador ainda apresenta uma retração acumulada de 6,6 pontos. Por fim, o índice de confiança de agosto de 2018 é 4,2 pontos inferior ao registrado no mesmo mês de 2017”, informou o economista.
Ainda em agosto, 35,4% dos respondentes consideraram que as condições atuais da economia brasileira pioraram, no caso da economia estadual, a piora foi apontada por 30,5% dos participantes e, com relação à própria empresa, as condições atuais estão piores para 29,3% dos empresários. Além disso, para 43,9% dos empresários não houve alteração nas condições atuais da economia brasileira, sendo que em relação à economia sul-mato-grossense esse percentual foi de 46,3% e, a respeito da própria empresa, o número chegou a 42,7%.
Para 12,2% dos empresários as condições atuais da economia brasileira melhoraram e, em relação à economia estadual, esse percentual também chegou a 14,6% e, no caso da própria empresa, o resultado foi de 17,1%.
PESSIMISMO
Em agosto, 15,8% dos respondentes disseram que estão pessimistas em relação à economia brasileira, enquanto em relação à economia estadual o resultado alcançou 14,6% e, quanto ao desempenho da própria empresa, o pessimismo foi apontado por 12,2% dos empresários. Os que acreditam que a economia brasileira deve permanecer na mesma situação ficou em 47,6%, sendo que em relação à economia do estado esse percentual alcançou 46,3% e, a respeito da própria empresa, o número chegou a 32,9%.
Por fim, 29,2% dos empresários se mostraram confiantes e acreditam que o desempenho da economia brasileira vai melhorar. Já em relação à economia estadual, esse percentual chegou a 32,9% e, no caso da própria empresa, 48,8% dos respondentes confiam numa melhora do desempenho apresentado. “Os que não fizeram qualquer tipo de avaliação das expectativas em relação à economia brasileira, estadual e do desempenho da própria empresa responderam por 7,3%, 6,1% e 6,1%, respectivamente”, finalizou o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems.