Campo Grande está entre as cinco cidades com o menor índice de desperdício de água por distribuição e também por ligação. É o que aponta o novo estudo do Instituto Trata Brasil em parceria com a GO Associados, baseado no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2016 e considerando as cem maiores cidades brasileiras.
De acordo com o SNIS, o índice de perdas no sistema de distribuição de água de Campo Grande é de 19,42% enquanto a média nacional é de 38,01%. A cidade também se destaca no índice de perdas por ligação, atingindo o índice de 124,17 litros por dia por ligação, menos da metade da média nacional, que é de 343 litros por dia por ligação.
O levantamento do Instituto Trata Brasil aponta que em 2016 o país desperdiçou o equivalente a 7 mil piscinas olímpicas de água potável perdidas todos os dias e uma perda financeira acima dos R$ 10 bilhões/ano. Vazamentos nas tubulações, erros de leitura de hidrômetros e irregularidades, estão entre os principais fatores.
No cenário geral, o índice médio de perdas do Brasil (38,5%) ainda é muito distante dos países mais avançados, que possuem níveis de perdas inferiores a 20%, ficando atrás de países como a Austrália (10,3%) e Estados Unidos (12,8%). Em relação às regiões brasileiras, os estados do Centro-Oeste (35,0%), Sudeste (34,7%) e Sul (36,3%) apresentaram melhor desempenho do que a média nacional (38%) e os estados do Norte (47,3%) e Nordeste (46,3%) têm as maiores perdas.
No país todo, as perdas comerciais, que é o volume de água perdida não faturada por motivo de furto ou falta de medição, é de 2,314 bilhões de m³, as perdas físicas — água faturada perdida nos vazamentos —, de 3,471 bilhões de m³, e as perdas de volume de serviços — com carros de bombeiro e caminhões-pipas, por exemplo —, de 593 milhões de m³.
Em Campo Grande, a rede de esgoto já atinge cerca de 80% de cobertura, ultrapassando os índices de Mato Grosso do Sul (33,6%) e do Brasil (48,6%). Os resultados demonstram que os investimentos em saneamento têm um impacto direto na saúde em Campo Grande. Com a ampliação da rede de esgoto em 80% nos últimos 15 anos, foi verificada uma redução de 91% de internações hospitalares por doenças diarreicas. A capital sul-mato-grossense deverá ser ainda uma das primeiras capitais brasileiras a alcançar a universalização da coleta e tratamento de esgoto. Na terceira etapa do Programa Sanear Morena 3 estão previstos R$ 636 milhões em investimentos para levar o saneamento básico a toda a cidade até 2025.