Desafiando uma ordem judicial, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) deflagrou na quarta-feira passada (30) uma greve de três dias. Horas antes, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) havia considerado ilegal a paralisação, os petroleiros ignoraram a decisão judicial e mantiveram a greve, devendo apelar da decisão.
O sindicalista José Maria Rangel, coordenador geral da FUP, deu de ombros para a proibição. “A Justiça do trabalho está agindo como a justiça do capital. Esse é o papel que ela tem cumprido ao longo dos últimos anos”, disse, numa reunião na sede da CUT, no Rio de Janeiro.
“O principal ponto que eles colocam é o fato de a greve ser política. A primeira coisa que os ministros do TST tinham que se perguntar é como eles chegaram ao Tribunal. Foi através de indicação política. O fato de Pedro Parente estar destruindo a Petrobrás é uma decisão política. Tudo em nossa vida gira em torno da política”, afirmou Rangel.
“A greve nacional dos petroleiros contra a política de preços de derivados da Petrobras começou aos primeiros minutos desta quarta-feira, 30, em diversas refinarias e terminais da empresa”. Texto de uma página aberta para acompanhar a greve minuto a minuto.
Os trabalhadores não entraram para trabalhar nas refinarias de Manaus (Reman), Abreu e Lima (Pernambuco), Regap (Minas Gerais), Duque de Caxias (Reduc), Paulínia (Replan), Capuava (Recap), Araucária (Repar), Refap (RS), além da Fábrica de Lubrificantes do Ceará (Lubnor), da Araucária Nitrogenados (Fafen-PR) e da unidade de xisto do Paraná (SIX).
Também não houve troca dos turnos da zero hora nos terminais de Suape (PE) e de Paranaguá (PR).
Na Bacia de Campos, as informações iniciais eram de que os trabalhadores também aderiram à greve em diversas plataformas.
Também na última quarta-feira (30) foram realizados atos e manifestações em apoio e em solidariedade à luta dos petroleiros contra a política de preços imposta pelo presidente da Petrobrás, Pedro Parente, que gerou uma escalada de aumentos abusivos no gás de cozinha e nos combustíveis.