No primeiro dia do projeto piloto da Caravana nas Escolas, em Campo Grande, o programa atendeu 170 estudantes do 4º ao 7º ano, da Escola Estadual Dr. Arthur de Vasconcellos Dias. Os alunos passaram por exames básicos de audição e visão, como audiometria tonal e acuidade visual, para diagnosticar deficiências. Nesta segunda-feira (20) a escola piloto da Caravana foi a Estadual Professora Ada Teixeira dos Santos Pereira. Lá, o público alvo foram 420 alunos.
ATENDIMENTO
Separados por turmas para facilitar o processo de triagem, os alunos passaram por uma espécie de circuito, onde primeiramente realizaram o cadastro eletrônico com dados individuais. Em seguida, os estudantes foram submetidos ao exame visual, feito com a tabela Snellen. “É um exame básico. O paciente fica a 5 metros de uma tabela com letras, a tabela Snellen, para avaliarmos se sua visão está abaixo ou igual a 70%, que é o valor considerado limite entre um indivíduo que enxerga bem e o que apresenta dificuldades na visão”, explicou a fonoaudióloga audiologista Maria Auzenete da Silva.
Na sequência, foi a vez da meatoscopia, um exame que visualiza o conduto auditivo e consegue detectar se há no ouvido do paciente excesso de cera, alguma perfuração timpânica ou sangue. Um segundo teste de audição foi aplicado, o impedanciometria. Simples e indolor, o exame avalia a membrana timpânica e os ossículos do ouvido médio (bigorna, martelo e estribo). Dentro de uma cabine, com um fone de ouvido, o paciente ouve alguns apitos e sons. Conforme a resposta auditiva do paciente é possível avaliar se há problemas para serem investigados.
E para finalizar o circuito da triagem, os estudantes fizeram ainda um terceiro exame auditivo, o de emissões otoacústicas. O teste consegue captar a movimentação dos cílios dentro da cóclea, parte auditiva do ouvido interno.
TRIAGEM
Será com a realização desses exames básicos que a triagem, a primeira fase da Caravana da Saúde, será realizada em 150 escolas da Capital. Os alunos que nesse primeiro momento forem avaliados com alguma dificuldade visual ou auditiva serão encaminhados para avaliação com médicos otorrinos e oftalmologistas.
As consultas vão acontecer no dia D, um dia de mobilização, mas ainda sem data definida. A Caravana vai garantir óculos e aparelhos auditivos aos alunos e as entregas também acontecerão no dia D. A expectativa é realizar todos os atendimentos da 1ª fase até o fim de maio.
“Eu nunca passei por nenhum exame desses. Eu acho que enxergo bem, mas às vezes não escuto direito. Quando estou em casa, minha mãe me chama e eu não escuto”, disse Kamille Fernanda, 12 anos.
Para a diretora da escola, Fabiana de Lima Souza, diante da dinâmica dos atendimentos e da qualidade dos exames oferecidos, a expectativa da ação foi superada. “A maior parte das crianças não teria condições de fazer exames como esses. Inclusive os aparelhos são de última geração, alguns, talvez, nem estejam disponíveis no sistema de saúde público. Estou muito feliz em poder receber esse atendimento na escola”.
O representante da empresa Link Saúde Brasil, credenciada para realizar os trabalhos, ressaltou que tudo foi realizado dentro do esperado e todo o processo de triagem aconteceu de “forma excelente”. “Ocorreu tudo bem com toda parte técnica. Foi um sucesso”, disse Luciano Goulart.
Todos os alunos atendidos foram autorizados pelos pais ou responsáveis, por meio de uma ficha de autorização encaminhada com antecedência pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).
CARAVANA DA SAÚDE
Criada em 2015 pelo governador Reinaldo Azambuja, a Caravana da Saúde é o maior programa de regionalização da saúde já realizado em Mato Grosso do Sul, tendo executado mais de 850 mil procedimentos, 34 mil exames e 50 mil cirurgias, com investimento de R$ 75 milhões. O projeto percorreu as 11 microrregiões de Mato Grosso do Sul.