A SES (Secretaria de Estado de Saúde) realiza nos dias 14 e 15 de dezembro, no auditório da ABO/MS (Associação Brasileira de Odontologia), o 1º Seminário Estadual de Enfrentamento da Sífilis em Mato Grosso do Sul. A proposta do encontro é redirecionar a linha de cuidado dos pacientes com sífilis na rede de Atenção Básica, além de discutir o papel da Vigilância Epidemiológica. Segundo o Ministério da Saúde, o país enfrenta uma epidemia da doença e o número de casos em Mato Grosso do Sul quase dobrou em dois anos, com aumento de 68,6%.
Em 2016, foram notificados 1.408 casos de sífilis adquirida. Já nesse ano, até 30 de novembro, o número subiu para 2.374 casos. A epidemia se deve principalmente à mudança de comportamento da população, como o não uso do preservativo, conforme avaliação da gerente do Programa Estadual IST/AIDS da SES, Danielle Martins.
“A doença evoluiu por causa da mudança de comportamento da população que deixou de usar o preservativo. Houve um crescimento exponencial e não reflete apenas na sífilis, mas também em outras doenças sexualmente transmissíveis”, explicou. Danielle citou ainda um episódio pontual que pode ter ajudado a concretizar a atual epidemia no Brasil. Em 2015, houve escassez da penicilina benzatina, o medicamento que proporciona os melhores resultados no tratamento e cura da doença, explicou Danielle.
Fatores determinantes deram expansão à doença e a epidemia chegou a Mato Grosso do Sul, como mostra o vertiginoso aumento no número de casos e ainda conforme a taxa atual de incidência da doença.
Segundo Danielle, a faixa etária mais acometida pela sífilis vai de 21 a 35 anos de idade, em uma população economicamente e sexualmente ativa. A doença pode matar, mas se diagnosticada precocemente, tem cura e o tratamento é gratuito. Além de ser diagnosticada pelos sintomas, a sífilis pode ser descoberta por meio de um exame de sangue comum.
SEMINÁRIO
Cerca de 150 profissionais de saúde, entre enfermeiros, médicos infectologistas, coordenadores da Atenção Básica e profissionais que oferecem serviço especializado participarão do seminário.
Na programação já estão confirmadas a presença de representantes do Departamento Nacional do Programa de Prevenção, Controle e Vigilância IST/AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde e do diretor Nacional da Vigilância em Saúde.
Para o primeiro dia de seminário estão temas como ‘Conhecendo a Sífilis’, ‘Cenário Epidemiológico da Sífilis no Brasil e em Mato Grosso do Sul’, ‘Integração da Atenção Básica à Vigilância em Saúde’ e ‘A importância da Notificação de Casos’. Já no segundo dia, os debates serão em torno do ‘Tratamento da Sífilis Congênita na Atenção Básica’, ‘Pré-natal do Parceiro como Estratégia de Prevenção e Controle da Epidemia da Sífilis’, entre outros temas.