Descobrir se uma mulher tem predisposição ao câncer de mama é possível e é uma das importantes formas de prevenção da doença. Por isso, a pesquisa genética está cada vez mais em evidência entre as pacientes, que procuram saber se a família possui alguma tendência. De acordo com a médica geneticista, membro titular da Sociedade Brasileira de Genética Médica (SBGM), Cristina Netto, cerca de 10% de todos os cânceres são hereditários.
“Atendemos pacientes que possuem histórico familiar e querem descobrir se possuem a síndrome genética, como também atendemos quem já passou pela doença, mas que gostaria de verificar a possibilidade de algum parente vir a desenvolver o câncer de mama. A prevenção é o principal benefício da pesquisa genética e a consulta ao médico geneticista. Caso seja identificada a síndrome na família, iniciamos um processo de prevenção e diagnóstico precoce em conjunto com o mastologista ou o oncologista”, explica Cristina Netto.
A médica destaca que o resultado positivo para a síndrome familiar é apenas uma predisposição à doença. Ou seja, muitas pessoas podem não vir a desenvolver o problema no futuro.
“É bom ressaltar que a predisposição não é a certeza de que será desenvolvido o câncer de mama, mas as chances são altas. Por isso, as pacientes com resultados positivos para o gene com alteração devem realizar exames de imagem anualmente a partir dos 25 anos, por exemplo. Além disso, deixamos a pessoa consciente sobre as possibilidades”, afirma.
As pacientes podem ser orientadas a procurar um médico geneticista através do ginecologista, mastologista ou oncologista. Outras buscam a pesquisa genética por curiosidade. Para estas pessoas, serão realizados cálculos de risco antes do exame de sangue.