Os trabalhadores dos Correios que estavam em greve no Mato Grosso do Sul desde o dia 27 de abril decidiram, em assembleia geral realizada na tarde desta segunda-feira (8), encerrar a paralisação.
Dos cinco pontos apresentados como proposta pela empresa para encerramento do movimento, os trabalhadores de MS aprovaram quatro, excluindo o ponto que trata da implantação de um novo Plano de Demissão Incentivada. Na avaliação dos trabalhadores de Mato Grosso do Sul, a aprovação deste ponto implicaria num apoio implícito ao PDI e às demissões. Conforme a presidente do SINTECT-MS, Elaine Regina Oliveira, “sempre fomos contrários à implantação de demissões incentivadas sem um plano para realização de concurso e contratação para suprir a demanda em setores onde existe falta crônica de pessoal, o que inclusive compromete a prestação de um serviço de qualidade por parte da empresa, como é caso da falta de carteiros e atendentes. Então recusamos essa proposta”.
Entre os pontos aprovados está o retorno normal das férias nos meses de maio e junho e nos meses posteriores serão reavaliados em 30 e 60 dias.
Os planos de reorganização de trabalho, como Distribuição Domiciliar Alternada, Organização de Atividades Internas e Centro de Distribuição Domiciliária Centralizador, serão suspensas novas implantações e será formada uma comissão para discussão e reavaliação nos setores já implementados. De acordo com o sindicato, projeto como o de Distribuição Alternada prejudica antes de tudo a população usuária dos serviços dos Correios, pois implica na suspensão da entrega diária, principalmente nos pequenos municípios do interior, que passariam a ter entrega apenas uma ou duas vezes por semana.
Em relação à revisão do Plano de Saúde da categoria, a empresa se comprometeu que enquanto houver mediação no TST (Tribunal Superior do Trabalho), não será feita a judicialização da questão.
Quanto aos dias parados, haverá desconto apenas do dia 28 de abril. Os demais dias parados serão compensados.
Para a presidente do SINTECT-MS, a greve mostrou para o governo que existe uma grande insatisfação entre os trabalhadores dos Correios para com a situação atual, e seu alcance no interior foi uma prova disso. “Os trabalhadores que entraram em greve, na capital e no interior, voltam de cabeça erguida, conscientes de que lutaram não só pelos seus interesses e direitos pessoais, mas de toda a categoria, inclusive daqueles que não entraram em greve. Nossa tarefa agora é nos prepararmos para a próxima campanha salarial, onde será discutido o próximo Acordo Coletivo de Trabalho, de forma a garantirmos que o futuro acordo não tenha nenhum retrocesso em relação ao atual, no que se refere aos benefícios e plano de saúde, bem como garantirmos o reajuste de nossos salários. Saudamos aos que estiveram na linha de frente e conclamamos toda a categoria para as próximas lutas que temos pela frente”.