Realizada no período de 27 de março a 4 de abril com duas mil entrevistas em 40 municípios, pesquisa do Instituto Ipems apurou que a aprovação administrativa do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) é de 70,97%. Os quase 71% de apoio superam os 67,48% de expectativas positivas da população registradas pelo mesmo instituto no dia 30 de dezembro de 2014, quando faltavam dois dias para Azambuja assumir o cargo.
Com margem de erro de 2,19%, a pesquisa do Ipems chegou aos atuais índices com a soma das avaliações “ótima” (5,07%), “boa” (32,24%) e “regular de aprovação” (33,65%). Num plano específico sem o regular, o patamar aprovador do tucano é dos mais expressivos: 37,32% de ótima e boa, bem mais que o dobro de desaprovação (15,24% de ruim e péssima). Somados os índices dos entrevistados que se disseram indiferentes (regular aprova e regular desaprova) o resultado é 47,44%.
Com isso, qualquer dúvida sobre a força política e eleitoral de Azambuja cai por terra, até porque dois fatores determinantes precisam ser levados em conta: a situação de caos que herdou dos oito anos do peemedebista André Puccinelli e o fato de aparecer na pesquisa com maiúsculos índices positivos na esmagadora maioria dos municípios. Só dois dos 40 municípios pesquisados apresentaram índices de aprovação abaixo de 50%: Aparecida do Taboado (49,67%) e Ribas do Rio Pardo (44,51%).
Por outro lado, em diversos municípios o patamar de aprovação revela que a administração tucana tem fortíssimo apoio, como em São Gabriel do Oeste (90,49%), Maracaju (87,34%) e Jardim (83,78%). Índices semelhantes estão espalhados em todas as regiões percorridas pelos pesquisadores. No contraponto, são bem baixos os índices de rejeição.
DIFERENÇA
O apelo de campanha em 2014 ‘Mudança de Verdade’ parece feito de encomenda – Azambuja tinha consciência de que encontraria um Estado quase que totalmente ingovernável, afundado num lamaçal de desorganização, obras paradas, demandas acumuladas e reprimidas, além de dívidas oceânicas e um abismo causado por desperdício e corrupção. Para fazer a diferença, seria necessário implementar um programa estratégico de gestão que transformasse concretamente este cenário.
Foram priorizados os compartimentos essenciais ao funcionamento regular da máquina e à saúde de servidores e da população em geral, castigada por anos sucessivos de serviços inexistentes ou mal feitos. Os setores essenciais foram atacados com arrojo e determinação, como no caso da saúde. A ‘Caravana da Saúde’ trouxe soluções para as demandas mais imediatas de toda a população e em poucos dias eliminou as chamadas “filas da vergonha” existentes nos postos.
O equilíbrio fiscal e financeiro é outra prioridade que vem sendo seguida à risca. Mesmo em conjuntura de crise, nos tempos de maior recessão, Mato Grosso do Sul ainda consegue, com medidas austeras, algumas impopulares, crescer sem sacrificar os bens fundamentais da sociedade. É o Estado que paga a melhor remuneração ao Grupo Magistério, cumpre a agenda regular de desembolso dos salários do funcionalismo e está entre os três que vêm liderando as estatísticas de geração de empregos.
No quadro de crise, várias situações indicavam logo após as eleições de 2014 dias turbulentos e de inevitável impopularidade para quem sucedeu Puccinelli. Afinal, o Estado estava metido no atoleiro das dívidas provocadas pelo faraonismo e pelos drenos criminosos. Mato Grosso do Sul, antes de Azambuja, estava mergulhado num quadro de desserviços que durou oito anos em dois mandatos de Puccinelli.
A corrupção instalada nesse período, segundo as forças-tarefa do Gaeco (Grupo de Apoio Especial de Combate ao Crime Organizado) e o Ministério Público, atendeu basicamente ao compadrio com empreiteiras e candidaturas a serviço do governante que acabou denunciado por desmandos diversos, entre os quais 200 obras inacabadas e os agrados com dinheiro do contribuinte, como a derrama em contratos que somam cerca de R$ 45 milhões, em transações sob suspeita que beneficiaram a Gráfica Alvorada, de Mirched Jaffar, tido nas investigações como uma das peças do esquema que envolve Puccinelli nos negócios capitaneados pelo empreiteiro João Amorim.