Foi exaustivo, mas o processo de entendimento interinstitucional para garantir sobrevida à Santa Casa de Campo Grande está acertado. A semana começa com as boas notícias concretizadas quinta-feira (6), quando o prefeito Marquinhos Trad e o presidente da instituição, Ezacheu Cipriano do Nascimento, formalizaram o acordo, testemunhados por representantes do Ministério Público, Governo Estadual, Assembleia Legislativa e Câmara de Vereadores.
O risco de a população deixar de ser atendida pela Santa Casa foi grande. Nas duas últimas semanas a diretoria do hospital estava condicionando seu funcionamento à celebração de um novo convênio, de ao menos R$ 3 milhões para reforçar a cota mensal de R$ 20 milhões repassada à instituição. Os valores acabaram sendo mantidos, mas o prefeito assumiu o compromisso de o Município melhorar o controle na regulação dos atendimentos. Assim, deve evitar o excesso de demandas que sacrifica as finanças da Santa Casa.
A promotora de Justiça da Saúde, Filomena Aparecida Depólito Fluminhan, elogiou a decisão. “A atitude do prefeito de encontrar uma solução para este problema é um ato de coragem. E a Prefeitura tem o apoio incondicional do Ministério Público, que irá se manter vigilante, mas também apoiá-la”, asseverou. Ezacheu Nascimento disse que os atendimentos estarão mantidos integralmente, desde que a logística funcione da forma adequada.
DESAFIO
Marquinhos Trad pontuou o tamanho do desafio, que considera enorme, mas afiançou que fará sua parte. “Estamos buscando um acordo para garantir que nossa população seja atendida com qualidade”, afirmou. “Estamos enfrentando uma dificuldade financeira muito grande e não teríamos como arcar com o aumento que era pedido. Felizmente, chegamos a um acordo e vamos trabalhar para reestruturar o nosso atendimento para não sobrecarregar também a Santa Casa e levar para lá somente aqueles pacientes que realmente não tenham condições de serem atendimentos nas nossas UPAS”, avaliou.
O secretário municipal de Saúde, Marcelo Vilela, ponderou que tem tomado atitudes para reduzir os gastos na pasta, principalmente com plantões, mas também lembrou da necessidade de se ter um controle mais efetivo do que é pago para os hospitais, por exemplo, que mantêm as portas do pronto-socorro abertas. “Essa é uma medida que vai gerar, inclusive, economia para o município, além de garantir que o paciente seja atendido. Com a regulação funcionando bem nós vamos saber onde este paciente precisar ir e para onde ele está indo”, frisou.