Empresários da indústria de Mato Grosso do Sul apontam a atuação coordenada dos sindicatos representativos do setor como umas das principais soluções para a retomada do crescimento econômico em 2017, ao mesmo tempo em que se trata, justamente, de um dos maiores desafios para os dirigentes das entidades.
O debate em torno do alinhamento das ações dos sindicatos empresariais foi realizado semana passada, durante o ‘1º Diálogo da Rede Sindical da Indústria – Perspectivas para a Indústria em 2017 – Cenários Econômico e Político’, promovido pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e transmitido em tempo real, por videoconferência, no Edifício Casa da Indústria, em Campo Grande, e na sede das outras 25 federações do setor no País.
Um dos líderes sindicais presente no evento, o presidente do Sindiplast/MS, Zigomar Burille, afirmou que durante a discussão sobre o cenário político nacional, um dos temas apresentados durante o ‘Diálogo’, ficou mais clara a importância da aproximação e troca de informações entre as entidades.
“No momento em que se começou a falar sobre as reformas que estão no forno, como a da Previdência e a Trabalhista, ficou claro que a mobilização de grupos será essencial para nortear esta pauta junto ao Congresso. E são medidas que afetam diretamente o empresário, e aí está a importância de nos organizarmos para acompanhar de perto”, disse Burille.
“E muitas vezes, nós, do sindicato, não conhecemos os dirigentes das entidades de outros estados, por mais que seja do mesmo segmento. Isso é muito ruim, nos enfraquece, enquanto o Paraná faz uma coisa, Goiás, Mato Grosso do Sul, fazem outra. Precisamos de uma agenda em comum”, emendou o empresário.
Presidente do Sindivest/MS, José Francisco Veloso Ribeiro também falou sobre a importância do alinhamento entre os sindicatos. “A importância desse intercâmbio de informações entre os sindicatos é claramente vista de forma estratégica pela CNI. Faz com que os empresários tenham um alinhamento nas questões que não são resolvidas regionalmente e exigem articulação de peso junto ao Congresso, aos setores políticos”, avaliou.
Vice-secretário do Sindivest/MS, Cláudio Salomão atentou-se para outro tema debatido durante o ‘Diálogo da Rede Sindical da Indústria’, o cenário econômico. “Muito se fala sobre recuperação, que 2017 será o ano do crescimento, mas é preciso ter cautela sobre isso. O investidor fica receoso, porque não se recupera de uma crise, que vem pelo menos dos últimos três anos, de uma hora para outra. Penso que o empresário ainda aguarda mudanças mais concretas para retomar a confiança”, opinou.
DIÁLOGO
Transmitido simultaneamente por videoconferência para todas as federações das indústrias do País, o Diálogo da Rede Sindical da Indústria teve como foco o debate em torno dos cenários econômicos e políticos. Após as discussões, os dirigentes dos sindicatos empresariais puderam mandar perguntas para um grupo de WhatsApp criado especialmente para a ação. Os questionamentos não respondidos durante o evento serão sanados posteriormente, via e-mail.
O debate foi aberto pelo diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Augusto Coelho Fernandes, que fez um balanço das oportunidades para atuação coletiva das entidades. A apresentação do cenário econômico coube ao gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, e o cientista político Luciano Dias, diretor da CAC Consultoria Política, traçou um panorama do cenário político.
A gerente-executiva de Desenvolvimento Associativo da CNI, Camilla Cavalcanti, por sua vez, apresentou as ações planejadas para a Rede Sindical da Indústria em 2017, como um aplicativo para smartphone, catálogo de boas práticas sindicais, grupos setoriais de WhatsApp, calendário de eventos, entre outros.