O julgamento final da presidente afastada Dilma Rousseff, com início previsto para o dia 25 de agosto, seguirá rito previamente determinado por senadores e pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski. Nesta semana, os líderes partidários e o ministro devem fechar acordo sobre o tempo de fala para senadores e testemunhas, a duração das sessões e dos intervalos. As determinações serão registradas em documento, que servirá como um guia para conduzir as sessões finais.
Para senadores do PSDB, o debate é a oportunidade de expor e reforçar as razões pelas quais a petista responde pelos crimes de responsabilidade. O senador tucano Ricardo Ferraço (PSDB-ES) ressalta que o julgamento final é uma resposta dos senadores aos atentados contra as leis fiscais cometidos por Dilma, que causaram uma grave crise no país.
“A Presidente da República atentou contra as leis orçamentárias e, ao fazê-lo, mergulhou o nosso País na mais complexa e grave crise econômica da história. Desafios já vencidos e superados voltaram a frequentar o dia a dia da sociedade brasileira. Eu me refiro a desafios como o da inflação, como o da recessão e como o do desemprego, que soma mais de 12 milhões de brasileiros”, disse o parlamentar.
A estimativa dos técnicos do Supremo Tribunal é de que o julgamento final dure pelo menos uma semana, mas os senadores que se opõem à Dilma Rousseff esperam que o processo não passe de três dias. Na avaliação deles, o presidente em exercício, Michel Temer, precisa de estabilidade para dar andamento às medidas anunciadas. Ricardo Ferraço lembra que, nas mãos de Dilma e aliados, o governo e as estatais brasileiras já causaram grandes prejuízos.
“O conjunto da obra é que não apenas o seu governo, mas também as estatais brasileiras, o maior dos nossos símbolos, a Petrobras, os nossos fundos de pensão foram apropriados por uma política de baixíssima qualidade, transformando o interesse público numa espécie de puxadinho dos mais absolutos interesses escusos que foram patrocinados pela Presidente Dilma e pelos seus aliados”, afirmou o tucano.
O presidente do Senado, Renan Calheiros, que também trabalha com a possibilidade de conclusão do processo em três dias, tem negociado com outros senadores para racionalizem a quantidade de pronunciamentos.