O ex-governador André Puccinelli (PMDB) não disputará as eleições deste ano para a Prefeitura de Campo Grande. O anúncio foi feito por volta das 14h50 desta segunda-feira (11), por meio de postagem em seu perfil na rede social Facebook, e coloca um ponto final nas expectativas dos peemedebistas de contarem com Puccinelli na disputa, tido até então como “salvador da pátria” para o partido ter um nome competitivo para fazer frente a outros pré-candidatos, como o prefeito Alcides Bernal (PP).
A carta foi divulgada na rede social ao mesmo tempo em que Puccinelli participava de reunião com lideranças do PMDB do Estado e da Capital, na sede do partido, em Campo Grande. No comunicado, o ex-governador –que também foi prefeito da Capital por dois mandatos, entre 1997 e 2004– reforça que tomou a decisão depois de ouvir a família, “ponderar os apelos de companheiros inclusive de outros municípios e avaliar com serenidade, livre de qualquer vaidade e longe de objetivos pessoais”.
“É uma decisão que já havia tomado e anunciado oficialmente em março e que tinha sim o peso decisivo do apelo da minha família”, emendou o ex-governador que, no comunicado, lembra ainda estar bem posicionado em pesquisas de intenção de voto e que o projeto havia surgido depois que outras lideranças da legenda –como os senadores Simone Tebet e Waldemir Moka e o deputado federal Carlos Marun– também terem declinado.
Puccinelli ainda destaca o fato de que partidos que discutiam uma aliança com o PMDB terem “debandado”. Foi o caso do PR e do PSB, que deixaram o bloco que discutia a pré-candidatura do deputado estadual peemedebista Márcio Fernandes e formalizaram apoio ao nome da vice-governadora Professora Rose, virtual nome do PSDB para a disputa eleitoral.
No mesmo comunicado, Puccinelli reforça não ter impedimentos legais ou jurídicos para a disputa, mas salienta não ter interesse na disputa. Dirigindo-se a apoiadores, disse agradecer “a bondade e a generosidade, mas reafirmou que não sou candidato, não disputarei a prefeitura de Campo Grande este ano e, humildemente, não me considero ‘salvador da pátria’”, pontuou, reforçando ainda que o PMDB está liberado para conduzir as negociações eleitorais. “Penso que acompanharei a decisão dos companheiros pois sempre fui partidário”, complementou.
Nos bastidores, especula-se a possibilidade de o PMDB também apoiar o PSDB, de Rose, ou ainda se alinhar com o PTB, que tem o ex-prefeito e presidente regional Nelsinho Trad como pré-candidato. (O Estado de MS)
Confira abaixo a íntegra da nota de André Puccinelli:
Aos Campo-grandenses
Honrado pelos sucessivos e insistentes pedidos do meu partido para que revisse a minha decisão de não me candidatar a prefeito de Campo Grande, reafirmo, depois de ouvir novamente minha família, ponderar os apelos de companheiros inclusive de outros municípios e avaliar com serenidade, livre de qualquer vaidade e longe de objetivos pessoais, que não seria candidato a prefeito da nossa Capital nas eleições deste ano.
É uma decisão que já havia tomado e anunciado oficialmente em março e que tinha sim o peso decisivo do apelo de minha família.
A partir de então, surgiram articulações que apontaram o nome do deputado estadual Marcio Fernandes, depois de terem também declinado de candidaturas os senadores Waldemir Moka e Simone Tebet, além do deputado Carlos Marum.
Participavam conosco, como aliados, o PR, o PSB e outros partidos, visando a formação de uma chapa comum de prefeito e vice. Ao lado do presidente regional do PMDB, deputado Junior Mochi, e com o respaldo da deputada federal Teresa Cristina, do PSB, buscamos uma definição entre Marcio Fernandes e Teresa que, no entanto, declinaram das candidaturas, levando o PR e, posteriormente o PSB, a debandarem.
O PMDB voltou então a insistir para que eu ponderasse a possibilidade de ser candidato, fixando o prazo de 30 de maio para uma resposta. Concordei em retomar as consultas, mas elas continuavam apontando para a decisão inicial. O partido insistiu e estendeu o prazo para 15 de julho, mas nada mudou.
Mesmo não enfrentando qualquer impedimento legal ou jurídico, mesmo com as pesquisas indicando um quadro favorável a minha candidatura, inclusive com vitória no 1º. turno, e ainda que muitos, generosamente, tenham se manifestado pessoalmente, por escrito e nas redes sociais, argumentando que seria o único capaz de salvar nossa Capital, agradeço a bondade e a generosidade, mas reafirmo que não sou candidato, não disputarei a prefeitura de Campo Grande este ano e, humildemente, não me considero “salvador da pátria”.
O PMDB está liberado para buscar o melhor caminho e acredito que deva fazê-lo ouvindo todas as suas lideranças. Penso que acompanharei a decisão dos companheiros pois sempre fui partidário. Espero que o eleitor campo-grandense, ao final, escolha um prefeito que trabalhe por Campo Grande como sempre trabalhamos, com Amor, Trabalho e Fé!