Há quem sinta alívio, quem sinta medo, quem esperou muito, quem não sabe ao certo o que é e há até quem desiste. O fato é que a saúde, prioridade do Governo do Estado nunca esteve tão perto de tanta gente. Em sua 9ª edição, a Caravana da Saúde levou mais esperança para mais de 2500 pessoas no microregião de Aquidauana, que abrange os municípios de Anastácio, Dois Irmãos do Buriti, Bodoquena e Miranda.
São Marias, Joses, Gessis, Joãos, Rosângelas, e muitas histórias. Maikon Carneiro, de 12 anos, tem paralisia cerebral e usa a cadeira de rodas, hoje dia 19 ele ganhou uma nova, maior e mais confortável. Para a mãe Viviane Carneiro, um alívio, porque uma cadeira grande como aquela para ela seria inviável. “O preço da cadeira depende muito do tamanho e ele já estava precisando trocar. Fiquei sabendo que na Caravana havia distribuição de cadeira de rodas e fui procurar. Na outra vez tiramos as medidas e hoje ele recebeu. Eu não teria como comprar uma deste tamanho e estou muito feliz por ver meu filho mais confortável”, disse.
Dona Almerita Brito já não é tão jovem quanto Maikon, mas ela também e cadeirante. Aos 86 anos e transparecendo uma altivez cativante ela conta que no ano passado teve que amputar a perna. “Pra você ver, eu já sou velha e não uso óculos, mas não ando. Como uso cadeira de rodas há muito tempo, acabei tendo uma trombose e tive que amputar minha perna. Essa minha cadeira é velha e já tirei as medidas para uma nova”. Mês que vem dona Almerita estará mais feliz e de cadeira nova, lá no município de Bodoquena.
Mas não foram só as cadeiras de rodas que foram distribuídas, identidades também. Os filhos adolescentes da Gessi Souza “viraram gente” como ela disse. “Meus guris não tinham rg ainda e já tão tudo moço e como eu já conhecia o trabalho da Caravana trouxe eles aqui para tirarem a identidade. Aproveitei e já fiz para o meu sobrinho de 7 anos”, comemorou.
“Eu vim procurar saúde, vim fazer consulta da vista porque eu tenho catarata”, contou seu Joao Gonçalves, nascido em 1948 e ex-cabelereiro. Ele foi de Rio Verde do Mato Grosso para Aquidauana, chegou ás 3 da manhã e estava ansioso a espera da consulta. “Deus queira que eu opere porque lá onde eu moro não tem essas coisas, a saúde não funciona. E eu preciso operar porque quero ver mulher”, justificou sorrindo.
Dona Nelida de Jesus Araujo, 72 anos, que antigamente era cozinheira, estava de óculos escuros, porque já tinha operado a catarata. “Eu não queria operar mas meu médico mandou. Eu enxergava pouco e já fazia 4 anos que estava sem óculos. Nem óculos eu consegui pela rede de saúde”. Para ela, a pessoa que levou a Caravana é muito de Deus, e principalmente uma pessoa que olha pela população.
Em meio a pessoas esperançosas, algumas ansiosas pela consulta ou pela cirurgia, estava seu João Marcelino. “Eu posso falar no lugar dele”? perguntou a filha Rosangela. “Ele não escuta bem, tem 86 anos”. Rosângela contou que infelizmente seu João desistiu da cirurgia. “Nós optamos pela vontade dele, mas eu adorei o atendimento. Fazia uns 20 anos que ele não ia ao médico, porque ele é difícil e não tem esse costume. Mas nós vamos tentar na próxima, vamos tentar convence-lo conversando em casa”. Rosangela espera que ele mude de ideia e a intenção é leva- lo na Caravana de Campo Grande, onde ela mora. O médico que atendeu seu Joao também, continua esperando por ele, pois ele já saiu da Caravana com encaminhamento para a próxima.
É caravana que vai e saúde que fica, mas quem fica sobretudo é a gratidão de quem recebe atendimento, o melhor remédio da Caravana. (Assessoria)