O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, participou, neste domingo (13), em São Paulo e Belo Horizonte, das manifestações que mobilizaram os moradores de todos os estados brasileiros contra o governo Dilma Rousseff. Números ainda não finalizados mostram que mais de 2,2 milhões de pessoas saíram às ruas nos 26 estados e no Distrito Federal. Aécio caminhou nas ruas ao lado dos manifestantes e destacou que a população, cansada e indignada com os sucessivos escândalos de corrupção e a incapacidade do governo do PT em superar a aguda crise que o país vive, reassumiu o protagonismo do destino na nação.
“O Brasil quer continuar unido, em paz, como um só povo em busca de um novo futuro. E as pessoas estão nas ruas do Brasil inteiro – já estive em Minas hoje de manhã, estou aqui agora – a sensação é que os brasileiros resolveram pegar a mão o seu futuro, o protagonismo da construção do seu próprio destino, e é isso que estamos vendo. Com a presidente Dilma, o Brasil perdeu as condições de voltar a crescer, voltar a gerar empregos, voltar a trazer esperança para as pessoas”, afirmou Aécio Neves em entrevista à imprensa em frente ao Masp, Museu de Arte de São Paulo.
O senador chegou à Paulista no início da tarde, ao lado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do senador Aloysio Nunes, dos deputados federais Antônio Imbassahy, Carlos Sampaio e Nilson Leitão e de outras lideranças no Congresso Nacional. De acordo com levantamento preliminar do Datafolha, 500 mil pessoas estiveram na Paulista, o maior ato público já realizado na cidade, superando a manifestação pelas Diretas Já.
Novo caminho
Com faixas e palavras de ordem “Fora Dilma”, “Fora PT” e “Chega de Corrupção”, os manifestantes ocuparam toda a extensão da avenida e ruas no entorno.
“Estou aqui, ao lado do governador Geraldo Alckmin, como cidadãos que somos, para dizer que o Brasil precisa encontrar um novo e virtuoso caminho, e vamos ajudar para que esse novo caminho seja encontrado. Estamos aqui como cidadãos, respeitando a pluralidade de uma sociedade tão múltipla como a nossa e na busca daquilo que nos une: o fim desse governo”, criticou.
Em Belo Horizonte, mais de 30 mil pessoas ocuparam pela manhã a Praça pela Liberdade. Na capital mineira, Aécio Neves destacou a forma tranquila e serena com que os manifestantes foram às ruas.
“Hoje, no coração do Brasil, o que estamos assistindo é a festa da cidadania. A Praça da Liberdade, as praças e ruas do Brasil inteiro dizendo: basta. Basta de tanto desgoverno, basta de tanto descompromisso com a verdade. Essa é a beleza da democracia. Em paz, em harmonia, as famílias vieram para as ruas dizer que o Brasil merece algo melhor e vamos buscar a saída para esse impasse através daquilo que a Constituição determina. O nosso sentimento é de que a atual presidente da República já não tem mais as condições de fazer o Brasil voltar a crescer, os empregos voltarem a ser gerados e, acima de tudo, a esperança voltar a habitar os lares de todo o Brasil”, disse o senador.
Aécio Neves afirmou que essa semana o Congresso deve retomar a discussão do processo de impeachment, aberto no fim do ano passado após o Tribunal de Contas da União (TCU) rejeitar as contas da presidente, durante o julgamento das pedaladas fiscais.
As saídas passam pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde foram abertas ações de impugnação da chapa Dilma/Temer por abuso de poder econômico e suspeita de uso de propina da Petrobras na campanha petista de 2014, ou até mesmo pela renúncia da presidente da República.
“Sempre achei que a solução via TSE é a que possibilitaria o início de um ciclo novo no Brasil, mas nesse momento o que é essencial, a nosso ver, e acho que ao ver da grande maioria dos brasileiros, é que o governo continue sem a presidente da República. Devemos ter serenidade para discutir e avaliar todas as alternativas. Nessa semana o Congresso inicia o processo de discussão do impeachment. Vamos aguardar com serenidade, mas com coragem, que pela mão dos brasileiros nas ruas de todo o país o Brasil construa um novo destino”, afirmou o presidente do PSDB.