O prefeito de Corumbá, Paulo Duarte, usou sua página no Facebook para anunciar oficialmente a sua saída do Partido dos Trabalhadores (PT). Ele publicou a carta encaminhada ao PT informando da desfiliação. A decisão de sair da sigla pela qual foi eleito deputado estadual – em duas oportunidades – e prefeito de Corumbá, foi anunciada após conversar com integrantes da direção municipal e estadual do Partido dos Trabalhadores, legenda que ele próprio já presidiu em Mato Grosso do Sul e militou por 16 anos.
Justificando a decisão de sair, Paulo Duarte diz na carta de desfiliação que não representa “apenas um partido, mas uma cidade” e precisa “ampliar a sua rede estadual e nacional” para “avançar na conquista de mais projetos e investimentos”. Em outro trecho ele afirma que a saída do PT acontece em razão de ter “grandes desafios pela frente” e o desejo de “refundar o sentido da política e mudar para melhor a vida do nosso povo”.
O chefe do Executivo, que já confirmou ser pré-candidato à reeleição, ainda não informou por qual legenda disputará as eleições municipais deste ano. Mas, confirmou recentemente, que vem sendo “assediado” por vários partidos.
PDT, o caminho
Mesmo sem revelar as legendas há algumas especulações. Uma das possibilidades cogitadas seria filiação ao PSDB, do governador Reinaldo Azambuja. Outras duas hipóteses especuladas seriam o PTB e o PMDB. O destino mais provável é o PDT, partido que é seu aliado na Administração Municipal e, no ano passado, filiou o secretário Municipal de Governo, Márcio Cavasana, principal assessor de Paulo Duarte. Rumores apontam que Cavasana poderia ser pré-candidato a vice-prefeito na chapa de Duarte nas eleições deste ano. O secretário, no entanto, nega. Há também informações de que o chefe do Executivo Municipal teria compromisso firmado com a vice-prefeita, Márcia Rolon, que está no PV, para repetir a chapa vencedora nas eleições municipais de 2012.
Com a saída de Paulo Duarte do PT, as atenções recaem sobre a bancada petista na Câmara Municipal, que tem quatro parlamentares. Os vereadores Ênio Castelo, Carlos Alberto Machado e Luciano Costa disseram que estão analisando a situação antes de tomar qualquer decisão. A reportagem também tentou falar com a vereadora Cristina Lanza, mas até o fechamento desta matéria não conseguiu contato com ela.
Íntegra da carta
“Com a certeza de que hoje não represento apenas um partido, mas uma cidade que precisa ampliar a sua rede estadual e nacional de interlocutores para avançar na conquista de mais projetos e investimentos. Com a convicção de que a minha história foi construída com os sonhos e a luta de um coletivo de homens e mulheres aguerridos, e a todos eles expresso a minha eterna gratidão e respeito. Com a firmeza de que os ideais de justiça, igualdade e liberdade, compartilhados com amigos, companheiros e militantes, serão levados para toda a minha vida, venho pedir a minha desfiliação do Partido dos Trabalhadores. Não foi uma decisão fácil, uma vez que o PT foi o único partido ao qual me filiei e, nele, atuei por 16 anos e fui eleito deputado estadual por dois mandatos, prefeito de Corumbá e ocupei o posto de presidente do Diretório Estadual.
Com o compromisso de transformar ainda mais a minha querida Corumbá numa cidade referência em gestão pública inovadora, séria e transparente, planejamento urbano, políticas sociais, desenvolvimento econômico com inclusão e geração de empregos, sei que tenho grandes desafios pela frente e neles cabem todos os que desejam refundar o sentido da política e mudar para melhor a vida do nosso povo.
Agradeço, de todo o coração, por tudo o que aprendi e por todos esses anos de luta, ombro a ombro, pelo Mato Grosso do Sul, pelo Brasil e por Corumbá dos nossos sonhos.” (Diario Online)