Os vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande saíram em defesa do Legislativo durante, criticando as insinuações e acusações feitas pelo prefeito Alcides Bernal, o qual alegou que os edis estariam articulando num novo “golpe”.
Na tribuna, o presidente da Casa de Leis, Prof. João Rocha (PSDB) destacou que “o nosso prefeito mais uma vez insiste em criar factóide, mais uma falácia, mais uma maluquice, dizendo que está se engendrando um novo golpe. Antes era o ex-governador, depois empresários e o PSDB que articularam o tal golpe. E a decisão da Justiça veio demonstrar que isso não passava de inverdades. De fato, ele vem mais uma vez enganar a população de Campo Grande, colocando uma cortina em cima de sua incompetência administrativa, da falta de conhecimento de administração da coisa pública, da falta de maturidade. Aquela cadeira exige equilíbrio, capacidade de montar uma equipe capaz de gerir a nossa cidade. Estamos no caminho de criar uma ditadura municipal. Temos um prefeito infantil, que está sendo se escondendo atrás de um fato que ele cria na cabeça dele”.
Conforme Paulo Siufi, “temos que aceitar a determinação judicial, respeito, não concordo, mas respeito. Fizemos tudo dentro dos trâmites legais. O Tribunal de Justiça não avaliou o mérito, só o nosso embargo até que seja julgado o mérito. Ele está acabando com a cidade que nasci, ele não cumpre as leis que aprovamos, ele simplesmente esquece que tem um Legislativo fiscalizador de suas ações e passa por cima de nós, como se não tivesse ninguém aqui dentro. Ele não faz nada e não tem preparo”, disse.
Em aparte, o vereador Edil Albuquerque condenou o pronunciamento feito pelo prefeito criticando as antigas primeiras-damas de Campo Grande, em pleno mês de março, no qual comemora-se o Dia Internacional da Mulher (dia 8 de março). “Ele fala mal de mulheres que tanto fizeram por Campo Grande. É uma falta de respeito o que o reconduzido tem feito conosco e o que tem feito com as mulheres. Foram palavras muito fortes, isso não é gesto de um prefeito, isso não é um gesto de um homem. Isso não existe. Não tem como a sociedade conviver com um reconduzido nesse estado que está”, afirmou.
Em Plenário, o vereador Mario Cesar avaliou que “o tempo é senhor da razão. A decisão do Tribunal de Justiça foi a melhor decisão que poderia ser tomada, pois as falas proferidas após essa decisão serviram para mostrar à sociedade o comportamento dessas pessoas que o cercam, para mostrar o que o TJ ia sofrer se não julgasse essa liminar, de maneira sábia. Isso mostra quem é essa pessoa que aí está. A vitima agora é o STJ, no dia seguinte ele já quer procurar outro culpado. Quem está cometendo estelionato é esse que ai está, quem prometeu uma mudança e estamos vivendo esse desastre financeiro, desastre de gestão, de personalidade. E o tempo está mostrando que a cassação foi legítima. Vai caindo o castelo montado dessa farsa que se chama Alcides Bernal e vamos sair com a cabeça erguida”, disse.
“Mascarar”
João Rocha fez questão de esclarecer que o Legislativo apenas cumpre sua função de fiscalizador do Executivo. “Ele insiste em criar situações para mascarar sua falta de capacidade para administrar. Se o senhor não gosta de vereadores, o senhor não respeita o legítimo poder representativo do cidadão que é o Legislativo. Vamos perder recursos para executar obras de reforma, construção e revitalização, que nem precisam de contrapartida, mas não tem equipe competente ou o prefeito não permite que a equipe trabalhe, centralizando o trabalho. Ele colocou secretários interinos, para ficarem cuidando de sindicâncias, olhando para trás, contrariando o que disse que ia quebrar o retrovisor. Ele não confia nem nos próprios secretários, ele quer fazer tudo. Me preocupa a população se acostumar com a situação que está se vivendo em Campo Grande, com lixo, sujeira, buracos, saúde um caos, a educação precária. Ele tem a síndrome do coitadinho. Nossa população não pode aceitar o que está acontecendo”, afirmou.
A vereadora Carla Stephanini, procuradora especial da Procuradoria da Mulher na Câmara Municipal também saiu em defesa das primeiras-damas. “Hipocrisia é o que está acontecendo em Campo Grande. Primeira-dama não é um cargo, mas um espaço para essas mulheres contribuírem, se solidarizando e fazendo ações sociais aos menos favorecidos. Essa administração demite uma diretora de 70 anos e diz que não tem mais condições de trabalhar. São essas hipocrisias da política que ele pratica que causa perplexidade à população e a nós, que temos responsabilidade com Campo Grande”, salientou.
Já o vereador Airton Saraiva pediu que “as mulheres não se sintam humilhadas pelo o que o prefeito falou. Ele não tem moral nenhuma, quem é esse cidadão perante as ex-primeiras-damas? Ele não tem moral nem credibilidade para falar. Quem é esse cassado, que dá calote numa idosa catadora de lixo? Esse cidadão não tem honra nenhuma”, disse.
De acordo com o vereador Chiquinho Telles, “a administração que está aí gosta de viver no meio da bagunça, da sujeira. Quanto mais sujeira tiver, melhor. Quando está clareando as coisas, ele inventa mais uma sujeirada”, afirmou. (Assessoria)