Administração municipal e estadual garantem repasses em dia, enquanto hospital aponta dificuldades financeiras


A Santa Casa de Campo Grande enfrenta uma grave crise financeira, afetando a realização de diversos procedimentos, incluindo transplantes renais. A administração do hospital alega dificuldades para honrar pagamentos às equipes médicas, especialmente à de urologia, responsável pelos transplantes. Em meio à situação, o hospital já notificou o Ministério Público e a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) e aguarda uma reunião para discutir os valores contratuais e buscar soluções.
Por outro lado, tanto a Prefeitura de Campo Grande quanto o Governo do Estado garantem que os repasses estão em dia. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) destacou que foram destinados R$ 27,1 milhões à Santa Casa apenas nos três primeiros meses de 2025, enquanto a Sesau reforçou que mantém um contrato vigente com o hospital, sem atrasos nos pagamentos.
Prefeita Adriane Lopes destaca cumprimento dos contratos
Em resposta às alegações da Santa Casa, a prefeita Adriane Lopes reafirmou o compromisso da gestão municipal com a saúde pública e garantiu que o contrato com o hospital tem sido cumprido conforme as necessidades da população.
“O município tem um convênio com a Santa Casa, onde temos contratualizado de acordo com a necessidade da nossa cidade. É um convênio que tem sido celebrado anualmente, foi renovado e tem tido continuidade”, afirmou Adriane Lopes durante um evento oficial.
A Sesau também informou que está em tratativas para habilitar o Hospital do Pênfigo para realizar transplantes renais, embora ainda não haja previsão para o início dos procedimentos. Atualmente, 219 pacientes aguardam por um transplante de rim em Mato Grosso do Sul, de acordo com a Central Estadual de Transplantes (CET-MS).
Enquanto isso, a Santa Casa ressaltou que os órgãos captados para transplante seguem sendo redirecionados para outras instituições habilitadas, garantindo que os pacientes não fiquem desassistidos. O hospital argumenta, no entanto, que o déficit financeiro acumulado ao longo dos anos compromete sua capacidade operacional.
Justificativa da Santa Casa
Em nota, a direção da Santa Casa destacou que o contrato com a Prefeitura de Campo Grande é deficitário, o que contribui para o déficit mensal milionário que a instituição enfrenta. “Há vários anos o contrato é deficitário, enquanto os custos operacionais e os valores da mão de obra continuam a aumentar”, explicou o hospital. Como resultado, os pagamentos aos profissionais, incluindo os responsáveis pelos transplantes renais, estão sendo atrasados. “Infelizmente, isso tem resultado no atraso dos pagamentos, impossibilitando, entre outras coisas, a realização dos transplantes de rim pela nossa equipe na Santa Casa”, afirmou a administração.
Diante do impasse, a expectativa é que as negociações avancem nas próximas semanas para garantir a continuidade dos serviços essenciais à população de Campo Grande.
Foto capa: Henrique Kawaminami