Profissionais são acusados de negligenciarem os cuidados ao ex-jogador.
A Justiça da Argentina definiu a próxima terça-feira (11/03) como data de início do julgamento dos médicos de Maradona. Os profissionais são acusados de negligenciarem os cuidados ao ex-jogador, que faleceu em novembro de 2020. São esperadas mais de 100 testemunhas ao longo do processo, que acontece quatro anos após a morte do ídolo.
O processo judicial que apura a responsabilidade de oito profissionais de saúde na morte de Diego Maradona conta com acusações de homicídio culposo por suposta negligência nos cuidados ao ex-jogador.
Serão julgados oito profissionais de saúde acusados de envolvimento na morte de Diego Maradona. O processo, inicialmente previsto para junho e posteriormente remarcado para outubro de 2024, foi postergado após solicitações das defesas de três dos acusados: o neurocirurgião Leopoldo Luque, a psiquiatra Agustina Cosachov e o psicólogo Carlos Ángel Díaz.
Maradona, ícone do futebol argentino, faleceu em 25 de novembro de 2020, aos 60 anos, devido a uma insuficiência cardíaca, semanas após ser submetido a uma cirurgia cerebral. Investigações apontaram possíveis falhas graves no atendimento domiciliar durante sua recuperação, incluindo a administração de medicamentos que poderiam ter causado arritmias.
Os acusados, que também incluem enfermeiros e coordenadores médicos, enfrentam penas que variam de 8 a 25 anos de prisão, caso sejam considerados culpados.
O adiamento do julgamento gerou preocupações entre os familiares de Maradona. Sua filha, Dalma Maradona, expressou temores relacionados à influência de organizações criminosas e enfatizou a busca por justiça, apesar das dificuldades enfrentadas pela família.
O caso continua a atrair atenção internacional, refletindo a complexa relação entre a medicina, a justiça e a responsabilidade profissional no contexto da morte de uma das maiores lendas do futebol mundial.
Dentre os nomes aguardados para se posicionarem no tribunal, encontra-se familiares de Maradona e outros profissionais de saúde, que chegaram a cuidar do ex-jogador em algum momento. O julgamento do caso corre na Justiça da cidade de Buenos Aires, no subúrbio de San Isidro.
Ao todo, sete médicos são acusados de negligenciarem cuidados ao ídolo da Argentina. Tratam-se de Leopoldo Luque, neurocirurgião, Agustina Cosachov, psiquatra, Carlos Diaz, psicólogo, Nancy Forlini, coordenador médica, Mariano Perroni, coordenador de enfermagem, Pedro Pablo Di Spagna, médico e Ricardo Almiro, enfermeiro.
A grande acusação no processo se dá através da alegação que os profissionais citados poderiam ter salvo a vida de Maradona. O ex-jogador se encontrava em uma casa alugada especificamente para a sua recuperação no dia da morte.
Morte e vida de Maradona
O ex-jogador veio a falecer, aos 60 anos, no dia 25 de novembro de 2020, em Tigre (zona metropolitana de Buenos Aires), após uma parada cardiorrespiratória. Durante o processo de recuperação de uma cirurgia no cérebro, o craque sofreu um mal súbito no fim da manhã daquele dia e não resistiu.
Em vida, Maradona foi um dos maiores ídolos do futebol argentino. O desempenho dentro de campo na Copa do Mundo de 1986, fez ele ser alçado a praticamente um Deus na Argentina, após o título mundial daquele ano. O camisa 10 defendeu a seleção em 91 jogos e atuou em quatro Copas do Mundo: 1982, 1986, 1990 e 1994.
Foto capa: AFP PHOTO/STAFF Maradona com o taça da Copa do Mundo de 1986