Ainda não é possível afirmar, com absoluta certeza, qual o destino do PSDB. Seu nome e sua ficha, contudo, dão pistas de significativa direção. É Partido da Social-Democracia Brasileira. Um batismo que escolheu nome vigoroso, de boa procedência e saudável vocação para construir.
Abalado pela implacável matemática das urnas, engolfado talvez por circunstâncias de conjunturas adversas, alheias e contrárias à sua vontade, o PSDB perdeu sua força em representação numérica no País. As eleições de 2024 demonstraram que na quase totalidade dos estados as urnas não deram aos tucanos uma resposta positiva proporcional à sua grandeza.
Das 27 unidades federativas do Brasil, os social-democratas têm hoje um único caso estadual de indiscutível autoridade política e eleitoral: Mato Grosso do Sul. Um dos três governadores do PSDB é o sul-mato-grossense Eduardo Riedel. Desde 2015, com a candidatura vitoriosa do governador Reinaldo Azambuja, passando pelo atual, Eduardo Riedel, é a legenda que detém a hegemonia no governo, nas prefeituras e Câmaras Municipais.
Deste ninho de acumuladas e exitosas experiências ecoa uma voz, firme e consciente, para indicar o melhor caminho, o mais adequado, para o futuro do partido. A social-democracia não pode se esvair num vácuo que pode ser criado caso o PSDB seja obrigado a recorrer a uma fusão ou uma incorporação para manter viva e ativa sua história e seu programa.
Esta voz é de Reinaldo Azambuja, um líder guaicuru que se tornou uma das mais respeitadas lideranças nacionais, mesmo tendo base política num estado pequeno eleitoral e economicamente, porém majestoso em suas vocações desenvolvimentistas.
O ex-governador e presidente regional do PSDB propõe que o partido, na fusão ou na incorporação, mantenha-se no centro ideológico, apartado da polarização extremada.
Para ele, a filosofia social-democrata, que vem dando tão certo nas urnas e no governo em Mato Grosso do Sul, precisa recompor e revitalizar seu projeto de País, um projeto nacional inovador, desde que se mantenha equidistante das paixões regadas pela insensatez, descolado de tudo o que seja fórmula vencida – o que pressupõe continuar na oposição a Lula e ao seu governo – e seguir edificando caminhos novos que deem efetiva solução aos grandes problemas, como as desigualdades, a precarização da saúde, o desemprego, a violência e as agressões ambientais.
Azambuja está convicto. Não há outra receita mais adequada e compatível para que o PSDB, mesmo em outra configuração partidária, siga apadrinhando as iniciativas que só a social-democracia pode oferecer.