Inflação alimentar força mudanças no consumo e impacta vendas no varejo
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A disparada nos preços dos alimentos está transformando os hábitos de compra dos consumidores e pode gerar uma retração no volume de vendas do comércio. Segundo Edmilson Veratti, vice-presidente da FCDLMS (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Mato Grosso do Sul), muitos produtos tiveram aumentos expressivos, levando os consumidores a buscar alternativas mais acessíveis.
“A carne bovina subiu mais de 40%, então as pessoas estão migrando para o peixe, para o frango. Vemos mudanças no consumo de bebidas alcoólicas e até na frequência de churrascos, que agora ocorrem mais aos fins de semana”, explicou Veratti, que também preside a Amas (Associação dos Supermercados de Mato Grosso do Sul).
Nos últimos dois meses, os aumentos mais significativos foram registrados em itens como café (+40%), carnes bovinas (+30%), farinha de trigo (+20%), derivados do leite (+15%) e cervejas (+10%).
Além da questão climática e da escassez de produtos, a carga tributária também impacta diretamente os preços. “A arrecadação federal subiu 9,6%, enquanto as vendas não cresceram nesse mesmo ritmo. Boa parte desse aumento de preços tem a ver com a elevação dos impostos”, ressaltou Veratti.
De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Campo Grande segue entre as capitais com a cesta básica mais cara do país, custando R$ 764,24 em janeiro. A cidade fica atrás apenas de São Paulo (R$ 851,82), Florianópolis (R$ 808,75), Rio de Janeiro (R$ 802,88) e Porto Alegre (R$ 770,63).
A tendência é que os consumidores continuem ajustando suas escolhas para lidar com os preços elevados, o que pode redefinir a dinâmica do varejo nos próximos meses.