Não há como tirar dos homens a responsabilidade pelos desastres que estão tirando a vida da terra e a terra da vida. Guerras, inundações, crises climáticas, genocídio, racismo, xenofobia, feminicídio, misoginia, esbulho, sexismo, crime organizado, corrupção, etc.
São desastres de inconsciência ou insensatez dos humanos, não são acidentes, porque quem os provoca é gente querendo cada vez mais e mais, seja poder pequeno ou grande poder, mais um tostão ou mais um milhão, a terra e o céu. Assim, a desmedida ânsia do Ter abafa a condição prazerosa e simples do Ser.
Quase todas as guerras que andam enlutando e apavorando a Terra são impulsionadas por um violento e invasivo territorialismo expansionista, leituras equivocadas de credos religiosos ou por caprichos preventivos – pasmem! – de geopolítica. E acaba tudo isto transformando-se em mais do mesmo, porque vem da insensatez, da ignorância, da ambição, da vaidade e dos fluídos pestilentos alojados na mente de alguns servos da escuridão.
E estes, os servos da escuridão, infelizmente são os que têm nas mãos, nas armas, no dinheiro e na propaganda o domínio das economias e dos destinos do mundo. O cristão poderia indagar, questionando, onde está Deus nestas horas. E não encontraria, talvez, a melhor resposta, talvez a mais inteligente, pois não saberia dizer porque os seres dotados de cérebro e inteligência destroem tudo aquilo que lhe dá a vida, o prazer, a felicidade.
Para o cristão há falta de Cristo nos corações. Porém, não é preciso ser religioso, devoto ou espiritualista para inferir que existem à disposição de quaisquer pessoas algumas palavras, sentimentos ou princípios que as explicam ou servem de explicação para responder perguntas sobre porque o mundo anda tropeçando em si mesmo e de tombo em tombo pode sofrer um definitivo, do qual levaria milhões de anos para se levantar.
Paz é uma dessas palavras. Ela carrega em seus generosos braços a humildade, a esperança, o bom-senso, a tolerância, a resiliência, a fé, a luz e a sabedoria para conservar a claridade perene vinda dos astros, dos céus. A paz é melhor traduzida por sua palavra-mater: amor.
O mundo é para quem quer tê-lo vivo para viver dele, nele e com ele. E a paz é seu oxigênio, abundante no arvoredo planetário também chamado de amor, fonte da respiração, da sombra, do fruto e das flores que enfeitam a tela dos sonhos de quem luta para não deixar o planeta sucumbir.