Retrocesso: A proposta da ANS é alterar o rastreamento para seja iniciado a partir dos 50 anos.
O Senador Nelson Trad Filho visitou a sede da Folha de Campo Grande e falou sobre sua preocupação com relação a Consulta Pública 144 aberta pela Agência Nacional de Saúde (ANS), que se aprovada vai prejudicar o rastreamento precoce do câncer de mama.
Nelsinho ressaltou que esta alteração privilegia as empresas de Planos de Saúde, sugerindo o encurtamento da faixa etária para o rastreamento mamográfico, tão importante para prevenção e detecção do câncer de mama precoce, que hoje abrange mulheres a partir dos 40 anos.
A proposta da ANS é alterar o rastreamento para seja iniciado a partir dos 50 anos. Apesar do assunto agora estar restrito aos planos de saúde, o Senador Nelsinho se mostrou preocupado, que se alterando esta regra, as pacientes do Sistema Único de Saúde possam ser afetadas a curto prazo com a mesma restrição, já que um precedente na redução da faixa etária de rastreamento ficará aberto.
“Este rito passa por uma consulta pública e descobrimos que estava aberta a consulta pública no site da ANS para saber se a população era ou não a favor de permitir que apenas a partir dos 50 anos as mulheres tivessem acesso aos exames preventivos de mamografia, não mais aos 40 anos como é permitido hoje. Achei a princípio que fosse fake News, pois dentro da Agência de Saúde tem médicos, assim como eu sou também. E nós médicos sabemos que de 40 a 50 é uma faixa etária abriga a incidência de 40% do câncer de mama, e destes 22% estas mulheres vão à óbito. Agora imagina você, se retirarmos o direito desta faixa etária de mulheres de 40 a 50 anos? Este índice de morte vai aumentar bastante”, ressaltou o Senador de MS.
Nelsinho Trad que exerce a medicina há quase 40 anos como Urologista, ressaltou que a prevenção que é um mecanismo para economizar dentro do segmento da saúde, por que uma vez o tumor detectado na fase inicial produz menos complicações, de quando é descoberto já numa fase de terço final de evolução, onde já ocorre metástase e tem que ser realizada além da cirurgia, outros tratamentos como a radioterapia e a quimioterapia. “Um nódulo pequeno detectado, é feita cirurgia curativa e isso economiza e garante menos sofrimento às pacientes”, destacou.
Quando questionado se essa mudança, para pior, vai acontecer ou não, o Senador respondeu: “Boa pergunta. A gente não sabe o que passa na cabeça dos Congressistas. Eu sei por mim. Mas a gente que está lá dentro, sente uma reação muito negativa dessa proposta. Creio que dificilmente ela vai prosperar no Congresso Nacional. Eu votei, participei lá e conclamei os meus seguidores a derrubar, a rejeitar esta proposta. Não pode passar, pois será um retrocesso. E quem fala aqui não é o Senador, é o médico”.
Nelsinho propôs que a ANS realize um estímulo maior às campanhas de prevenção, voltada às doenças da mulher, em especial o câncer de mama. “Se eu pudesse propor alguma coisa à Agência Nacional de Saúde, em vez de querer ficar trazendo propostas ruins para a população, que ela incremente cada vez mais as ações preventivas. Porque isso gera economia. É aquele velho ditado popular que as nossas avós falavam, é muito melhor prevenir do que remediar. Além de salvar muitas vidas”.
Nelsinho enfatizou também a função das campanhas de prevenção. “Todas as vezes que tem um mês com uma cor, outubro rosa (câncer de mama), novembro azul (câncer de próstata), qual que é a finalidade? A finalidade é conscientizar mais a sociedade como um todo, a classe médica, o pessoal da saúde, a sociedade comum para ela poder ter a iniciativa de buscar o seu exame. Então, esse é o caminho. Agora, se você coloca uma dificuldade na questão de limitar a idade acima de 50 para as mulheres realizarem a mamografia, penso que perde até sentido os programas de prevenção. As entidades que cuidam dessa questão de prevenção das doenças, estão todas alvoroçadas contra esta proposta da ANS. E a população tem que ficar atenta, tem que cobrar do seu agente político quer seja um deputado federal, um deputado estadual, um vereador, um senador, uma senadora. Contate o seu parlamentar, que você tem acesso, e peça para ele se posicionar contra esta matéria, porque isso vai ser um grande retrocesso para a saúde pública do Brasil”, finalizou o Senador Nelsinho Trad.