Seria uma divertida, saudável e emocionante tarde esportiva para quem foi ao estádio de futebol no Bairro San Clemente Maria, em Sargento José Félix López, uma pequena cidade paraguaia na fronteira com o Brasil, no final de semana.
Seria, mas não foi. Porque teve gente que não queria saber de tarde esportiva, de futebol, de gols, de qualquer coisa saudável. Gente que queria espalhar medo e morte. Sabe-se lá porque, o que interessava para este tipo de ser humano era matar, matar e matar.
O instinto da violência – insuflado pela ambição ou por sentimento de vingança, ciúme ou ódio – predomina, e não é só naquela fronteira. No Brasil, de norte a sul, diariamente as tragédias se multiplicam. E isto não é um “privilégio maldito” dos ambientes dominados pelo tráfico ou o crime organizado.
Nas melhores famílias, a mortandade acontece, com registros dos mais aterradores. O feminicídio é uma prática recorrente, apesar da Lei Maria da Penha, um avanço histórico, porém ainda insuficiente para deter os feminicidas. Os estupros seguidos de morte também se repetem aqui e ali, com um dado revoltante: em grande parte dos abusos quem comete é o pai ou algum familiar e, na maioria dos casos, as vítimas são adolescentes e crianças.
Não é o caso de questionar se a pena de morte resolveria. Embora uma grande parcela de conterrâneos seja a favor, este articulista se nega a subscrever o que seria uma estupidez. Primeiro, porque a pena de morte não resolveu o problema da criminalidade nos países que a adotaram. E segundo, porque ser humano nenhum tem um poder que é único, absoluto e intransferível daquele que nos criou.
Educação; reforço nos valores saudáveis; combate à pobreza econômica, intelectual e cultural; oferta de arte, lazer, emprego, casa e comida a quem não tem. Criminoso é, sim, um caso de polícia e de penas severas. Contudo, a repressão pela repressão é a violência de um lado atiçando a violência do outro.
Para muitos, como este cristão, Deus é a maior, melhor e única arma capaz de frear os maus impulsos que pervertem as pessoas e as transformam em máquinas de destruição. O que não significa que um agnóstico ou ateu não seja capaz de trilhar o bom caminho. É possível, sim, e os exemplos são incontáveis.
Que as luzes da razão, da paz, da sensatez e da convivência brilhem com força redobrada neste início de ano. O mundo precisa viver. E só se vive quando se pode respirar. Com segurança.