A pequena Maria Helena passou por uma delicada cirurgia para a retirada de um tumor no coração, trazendo esperança para sua família
Se para muitos a sexta-feira 13 é cercada de superstição, para a família de Gabriela Oliveira se tornou um dia de sorte, repleto de esperança e emoção. Foi nessa data que a pequena Maria Helena chegou ao mundo e, com apenas uma hora de vida, enfrentou uma delicada e complexa cirurgia no coração para a retirada de um tumor.
O nascimento foi realizado no Hospital Cassems de Campo Grande, que preparou uma estrutura formada por duas salas cirúrgicas interligadas para ampliar os cuidados que a operação exigia. O momento foi acompanhado por uma equipe multiprofissional formada por especialistas das áreas da obstetrícia, anestesiologia, neonatologista, cardiologia pediátrica, eco cirurgia cardíaca pediátrica, fisioterapia, oncologia pediátrica e nefrologia pediátrica.
O médico cirurgião, Guilherme Viotto, um dos responsáveis técnicos pela cirurgia cardíaca pediátrica, explica que todo esse aparato foi necessário devido à complexidade da cirurgia para a retirada do tumor.
“A criança estava com o teratoma extra pericárdio, é um tumor, comprimindo o coração e o pulmão. O que poderia causar desde uma parada cardíaca logo após o parto como um possível colapso pulmonar. Quando começamos o tratamento sabíamos que teríamos uma situação complexa, mas não tínhamos a dimensão exata porque a criança estava protegida no ventre da mãe. Precisávamos, então, unir todas as especialidades para cuidar dessa vida”, ressalta.
ATENDIMENTO DE EXCELÊNCIA
O cirurgião cardíaco pediátrico ressalta que desde o início da implementação da cirurgia cardíaca pediátrica a equipe passou por treinamentos, inclusive em hospitais de referência no país.
“Esse é um caso que aparece em menor frequência, inclusive, temos poucas menções sobre ele na literatura médica, principalmente em crianças. Mobilizamos equipes para oferecer o melhor tratamento para essa criança e realizar a cirurgia logo depois do parto. Sabíamos que possuímos capacidade de oferecer essa assistência, porque conhecemos e implantamos protocolos adotados em hospitais de referência no país”, afirma Viotto.
ALTA
Pouco mais de uma semana depois da cirurgia, Maria Helena recebeu alta hospitalar. “Foi uma alegria imensa ver a criança deixando o hospital, saudável, respirando sem ajuda de balão de oxigênio e como qualquer criança recém-nascida, mantendo sua rotina de amamentação. Isso para um médico é sensacional”, afirma.
A mãe da Maria Helena, Gabriela Oliveira, conta que o acompanhamento da gestação possibilitou o diagnóstico precoce do teratoma extra pericárdio e desde então, a família iniciou uma ‘batalha’ para que pudessem comemorar a vinda da Maria Helena.
“A cada semana realizamos ultrassonografia e ecocardiograma fetal. Pasmem, ela seguia sempre crescendo em graça e paz, ganhando peso, brincando dentro da barriga da mamãe, se escondendo nas ultrassonografias. No dia 13 de dezembro, então nasceu a vida da minha vida, o nosso milagre, a nossa Maria Helena. Após todos exames e recuperação no dia 22 de dezembro, recebemos alta médica para nossa casinha. Nós estamos extasiados em ter a nossa pequenina conosco, ela é o nosso presente de Natal e de vida”.